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Foto DR

Quando a realidade supera a ficção

Por Jornal Sporting
19 Jan, 2017

Editorial do Director interino do Jornal Sporting da edição n.º 3607

É nestes momentos mais sensíveis que vem à memória uma célebre frase de um Sportinguista que muito prezo: o nome do nosso Clube é Sporting Clube de Portugal e não Sporting Futebol Clube. É natural que o desporto­‑rei seja a mola impulsionadora da vida em Alvalade, a menina dos nossos olhos, objecto de peregrinações e não apenas à casa do leão mas a todo o lado em que a listada verde e branca estiver em acção. Foi o que se viu em Chaves, com muitos dos adeptos a viajarem de todos os pontos do país, inclusive do Algarve. O carinho e apoio que o 12.º Jogador tem dado à equipa torna ainda mais difícil superar a realidade de uma eliminação da Taça de Portugal, três dias depois de uma oportunidade perdida de chegarmos mais perto dos rivais, quando o líder havia perdido dois pontos em casa. A exibição pode não ter sido das mais brilhantes desta época, mas recordo que o Sporting estava a ganhar em Chaves, com menos um jogador, quando Fábio Martins igualou de novo o marcador num golo bem executado, numa das raras ocasiões que os transmontanos tiveram no segundo tempo. É duro. Assim como foi difícil voltar a sofrer aos 87’ e assim perder a viagem até ao Jamor. Este é um dos casos em que quando a realidade supera a ficção, torna­‑se doloroso o impacto. Cícero deixou escrito que os obstáculos não estão no caminho e sim na forma como se vai caminhando, mas também afirmou que quanto maiores forem as dificuldades em vencer, maior será a satisfação.

Há, ainda assim, outras realidades que superam as ficções que se vão desenhando em torno da vida do nosso Clube – quando vêm de fora de portas fica fácil fazer a devida peneira mental. No final da semana passada, a UEFA divulgou a 8.ª edição do relatório anual sobre o cenário dos clubes europeus, referentes à época de 2015/16, com o Sporting referenciado em dois dos pontos do estudo e pelas melhores razões. Desde logo, pelo facto de os leões ocuparem o 9.º lugar dos emblemas que mais cresceram em termos de assistência média, com um salto de cinco mil espectadores (em média) desde os últimos resultados (2014/15). Este é um dado mais do que relevante, uma vez que representa o justificado regresso da família leonina a Alvalade, independentemente dos resultados alcançados. Números que prometem um novo salto na próxima temporada, se se mantiver a tendência registada no início desta época, que marca uma média de assistências acima dos 40 mil espectadores, pela primeira vez na história do novo José Alvalade. Sem esquecer que três dos clubes que figuram no top 10 tiveram um aumento nas assistências devido a obras realizadas nos seus estádios que fizeram aumentar a lotação.

Mais. No mesmo estudo divulgado pela UEFA, nos lucros líquidos registados pelos clubes analisados, o Sporting surge no 13.º lugar – no estudo anterior nem nos 100 primeiros figurava – com um resultado de 24 milhões de euros, tornando­‑se num dos clubes com melhor desempenho enquadrado com os apertados critérios do fair­‑play financeiro imposto pelo organismo que superintende o futebol europeu, quando há quatro anos se vivia uma situação bem conhecida por toda a família.

A vida do Sporting Clube de Portugal não se reduz ao futebol, sem com isto se querer menosprezar a importância que a modalidade – uma entre as mais de 50 que o Clube tem – assume. É preciso não esquecer que nesta edição do Jornal Sporting há o devido destaque aos novos campeões no atletismo, com Jéssica Augusto e Hélio Gomes coroados como os melhores nos Campeonatos Nacionais de Estrada, prova na qual as leoas, colectivamente, alcançaram o seu primeiro título de uma história já de si com um palmarés invejável, nacional e internacionalmente. Assim como João Vieira, novo campeão português nos 35km Marcha. E isto é o Sporting Clube de Portugal!

Boa leitura.