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Com história para a História

Por Jornal Sporting
09 Mar, 2017

Editorial do director interino do Jornal Sporting para a edição nº. 3614

Há a tendência para se considerar que as análise macro­‑históricas devem ser feitas com o devido afastamento, não apenas na perspectiva temporal mas também emocional. Há, com algum fundamento, quem defenda o argumento de só se conseguir perceber melhor os movimentos ou correntes e das suas relevâncias em contextos mais abrangentes em janelas temporais mais alargadas. No entanto, há momentos que não precisam de qualquer distanciamento para a assunção de se tratarem de factos históricos, marcos numa linha de tempo que, no caso do emblema de Alvalade, já leva – vai fazer em Julho próximo – 111 anos de momentos recheados de Glória, fruto dos outros três pilares que suportam a grandeza do Sporting Clube de Portugal.

Ninguém – indubitavelmente mesmo ninguém, não apenas a família leonina – terá dúvidas em considerar que estas eleições de sábado, dia 4 de Março de 2017, foram um marco histórico para o Clube. Não apenas pelo recorde de participação eleitoral, mas também pelos próprios resultados. As avaliações feitas ao trabalho desenvolvido pelo anterior executivo, reconduzido de forma inequívoca para mais quatro anos de trabalho em prol da afirmação do Sporting como a maior potencia desportiva portuguesa e uma das maiores da Europa, não chegaram para baralhar as escolhas do universo leonino. 

As sondagens externas que foram sendo divulgadas ao longo da campanha, com maior incidência nos últimos dias pré­‑eleitorais, terminaram ridicularizadas pela massiva expressão da vitória de Bruno de Carvalho. Algumas delas davam mesmo preferência a Pedro Madeira Rodrigues – sobretudo aquelas que envolviam adeptos dos rivais, como se estes tivessem algo a dizer sobre os destinos do Sporting. Adaptando um velho provérbio transmontano, na casa do Leão, mandam os que cá estão!

Melhor ainda: a campanha, por vezes em moldes de infâmia, feita única e exclusivamente para denegrir a imagem do Presidente do Sporting, acabou por se destruir na muralha da indiferença – para alguns até de desprezo – dos Sócios no momento de exercerem o seu direito de voto. Expressivo. Aos 18.661 votantes válidos que fazem a contabilidade final, há que acrescentar os 1.469 por correspondência que, por irregularidades legais – como falta do reconhecimento da assinatura ou ausência da cópia do cartão de cidadão no envio pelos correios –, tiveram de ficar de fora do escrutínio eleitoral. Porém, terão de entrar nas contas do número de participantes, uma vez que estavam aptos a exercer o direito de voto e fizeram­‑no. Isto é, o recorde de participação não está nos 18.661 e sim nos 20.130, e este sim é o número oficial de participantes nas eleições mais votadas de sempre do Clube. E ainda continuam a chegar cartas a Alvalade com mais votos por correspondência.

Isto tudo no mesmo dia em que Patrícia Mamona alcançou o título de vice­‑campeã europeia de triplo salto; João Vieira o de campeão nacional de marcha 20 km em estrada; e, um dia depois, Nelson Évora subiu ao lugar mais alto do pódio do velho continente no triplo salto e, em Mira, os leões festejaram mais cinco títulos nacionais em corta­‑mato longo: colectivo masculino e feminino, colectivo feminino de juniores, individual feminino (Jéssica Augusto), e sub­‑23 masculino (Miguel Marques).

Isto é o Sporting!

Boa leitura.