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Em estado de choque

Por Jornal Sporting
17 maio, 2018

Editorial do Director do Jornal Sporting na edição n.º 3676

O que aconteceu na passada segunda-feira na Academia Sporting em Alcochete é inarrável e abominável. Condenamos veementemente aquele horrendo crime, não pactuamos com nenhuma forma de violência, demarcamo-nos de qualquer acção que a envolva e disso aqui temos dado conta: alertando, denunciando e expressando a nossa indignação.

Este caso trata-se, em primeira instância, de um caso de polícia e de justiça. As autoridades de investigação, nomeadamente a GNR actuaram celeremente, tendo procedido poucas horas após o horrendo acontecimento a várias detenções. Agora é tempo destes continuarem o seu trabalho e punirem quem tiver que ser punido, seja quem for. 

Nada fazia prever nem justifica uma situação destas, por mais insatisfação ou frustração latente, nunca conseguiria imaginar que tal fosse alguma vez possível no nosso Clube. À beira de completar 112 anos de vida, o Sporting Clube de Portugal é agora manchado por este terrífico episódio. Vergonha! Vergonha! Vergonha! 

Se nos insurgimos aqui contra outros actos de violência perpetrados por adversários, entre as quais levaram à morte de dois adeptos nossos, não poderíamos ficar calados nesta hora e deixar de expressar a nossa revolta e indignação. A violência, o crime tem que ser condenado, independentemente da cor clubística, credo, raça, cor ou religião. Mais nos custa, tratando-se de algo inqualificável e de ocorrido entre portas.

Assumimos desde 2013 como bandeira, a transparência e a verdade desportiva, onde, nem a violência, nem as práticas criminosas têm lugar. Temos que perceber agora todos os contornos desta ardilosa situação, rápida e serenamente. Todos deveremos saber tirar as devidas ilações e assumir as responsabilidades inerentes. Todos temos que trabalhar em conjunto para que isto nunca, mas nunca mais, possa ter a mínima possibilidade de voltar a ocorrer.

A nossa total solidariedade com todos os agredidos, física e psicologicamente, aqueles que se encontravam na terça-feira negra na Academia, mas também aqueles que acabam por ser vítimas de tudo isto, familiares, amigos, toda a estrutura do Sporting, onde se incluem também os seus dirigentes, os Sportinguistas no seu todo e a instituição Sporting Clube de Portugal.

O terrorismo assenta em práticas em que o medo, a percepção de exposição a risco constante, condicionam atitudes e comportamentos, liberdade de movimento. O combate contra estas práticas é não ter medo, não deixar que ganhem essa batalha. Por mais difícil que tudo isto esteja a ser, confio que a nossa equipa e toda a estrutura do Sporting Clube de Portugal saberão dar a resposta certa, na final da Taça de Portugal, no próximo Domingo, no Estádio do Jamor.

Escrevo este editorial na madrugada de terça-feira, ainda em estado de choque…

Boa leitura!