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Foto César Santos

"Sempre tive um gosto especial pela observação de jogadores"

Por Jornal Sporting
15 Out, 2016

Aurélio Pereira concedeu uma entrevista à UEFA onde falou sobre a formação do Sporting CP e a pérola madeirense

Chegou ao Sporting CP, na pele de jogador, com apenas 14 anos. Anos mais tarde, a convite de Hilário, regressou ao Clube de Alvalade onde ficou cerca de duas décadas como treinador no futebol de formação. Em Julho de 1988 criou o departamento de formação, um local que descobriu jogadores tão desconhecidos como Luís Figo, Cristiano Ronaldo, Paulo Futre, Simão Sabrosa, Ricardo Quaresma, Nani e tantos mais.

“Sempre tive um gosto especial pela observação de jogadores. Ainda hoje, se passar por algum lugar onde há um grupo de crianças a jogar futebol, tenho que parar o carro porque é mais forte do que eu”, revelou o ‘Mestre’ Aurélio Pereira, em declarações à UEFA.

Na entrevista que concedeu ao organismo que gere o futebol europeu, o senhor da formação dos leões, hoje com 68 anos, falou sobre o processo de recrutamento, que se encontra subdivido em três fases: a descoberta, a selecção e, por fim, a assinatura.

“Somos responsáveis ​​pela descoberta e o primeiro rosto que as famílias vêem. A partir do momento em que estabelecemos contacto com um jovem que vem de longe, o nosso objectivo passa por trazê-lo para a nossa Academia. Somos responsáveis por mudar o curso da vida de um adolescente que, eventualmente, pode vir a ser um bom engenheiro ou um jogador razoável. Nesta casa, ajudamos a desenvolver jogadores e a construir homens. Testemunhamos todo o seu desenvolvimento e acabamos por criar uma ligação especial. Há jogadores na equipa principal do Sporting CP que conheço desde os 12 anos. O nosso elo está praticamente assente numa relação familiar”, explicou Aurélio Pereira, que ganhou o respeito e o carinho de muitos atletas, a tal ponto de ser chamado de pai. Um bom exemplo disso é Cristiano Ronaldo, de quem guarda grandes histórias na memória.

“Quando estávamos a construir a Academia, os jogadores tiveram de deixar o antigo estádio e vieram morar para uma residência. Aí perto, havia uma rua onde o Cristiano ia regularmente. Ele colocava pesos nas pernas e depois ia para junto de uns semáforos. Assim que ficava verde ele começava a correr, competindo com os carros, para ver se conseguia chegar ao topo da colina em primeiro lugar. Fez isso muitas vezes, porque estava convencido de que iria dar-lhe mais velocidade e força. Isso dá-nos uma ideia do desejo que esta criança tinha em superar-se, quer do ponto de vista técnico quer físico”, explicou.