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Foto César Santos

“O Sporting CP ainda está muito a tempo de ser campeão”

Por Jornal Sporting
03 Jan, 2017

Bruno de Carvalho abordou vários temas da actualidade do Clube numa longa entrevista ao Jornal Record

O Presidente do Sporting CP, Bruno de Carvalho, foi o rosto da primeira página do jornal Record em 2017. Numa entrevista, que foi dividida em duas partes, ao diário desportivo, o máximo dirigente leonino na primeira parte falou na condição de candidato à presidência nas eleições marcadas para o dia 4 de Março.

Sobre Pedro Madeira Rodrigues (PMR), candidato concorrente, Bruno de Carvalho disse que o mesmo já cometeu erros neste início de campanha eleitoral. “Conseguiu ir buscar os chavões mais utilizados nos blogues de benfiquistas, o que acho extraordinário num candidato às eleições do Sporting CP. A primeira coisa que me passou pela cabeça quando vi o Benfica perder com o Marítimo foi: vão aparecer candidatos. Isso diz tudo. É das frases mais tristes e sem sentido que já ouvi na vida. Neste momento já cometeu vários erros. O primeiro foi ser apresentado por um benfiquista, o Dr. Júdice, o que a mim me fez uma confusão descomunal. Utiliza logo a primeira coisa reles: um grande candidato que tem estabilidade familiar. Ficaram logo apresentados, quer o dr. Júdice, quer o candidato. A segunda é dizer que sou sinónimo de títulos para o rival, já para não dizer que só quis ser candidato depois da derrota de um rival. Tirando isso, que faz parte da personalidade da pessoa, em termos de carácter utilizar a família e os títulos que um rival tem ganho, é das coisas mais baixas que tenho visto na vida. Só não digo que foi o mais baixo porque estive nas eleições há seis anos e isso, sim, foi mesmo do mais baixo possível”, começou por afirmar, antes de prosseguir.

“Preparei-me dez anos para ser candidato a Presidente do Sporting CP. Nas últimas duas eleições PMR entrou em listas. Ora, quem quer ser presidente, quer sê-lo, ponto. Um líder não é para ser liderado. Desde que acabei o meu curso, lidero! Já estou como o meu tio-avô: não gosto de ser liderado, é uma coisa que me cansa. Ele não gostava de ser raptado e eu não gosto de ser liderado. Madeira Rodrigues apresentou-se em várias candidaturas e finalmente lembrou-se que queria ser presidente. Perfeito. Não precisamos é de entrar por caminhos que não fazem sentido e que são chavões de blogues de rivais”, realçou.

Outro dos temas em destaque nesta parte da entrevista foi a questão da militância. O Presidente dos leões lamenta que os Sportinguistas em cargos importantes não se queiram assumir como apoiantes do Clube. “Como Presidente, sinto que os outros têm um exército que se mexe e influencia e nós não. E não estou a falar daqueles mais de 40 mil que estão aqui em cada jogo. Estou a falar dos que podem ter uma intervenção pública, como presidentes de câmaras, aqueles que estão em procuradorias ou na Assembleia da República. O que vi nestes quatro anos é que as pessoas de outros clubes que têm essa possibilidade nem verificam se o clube tem ou não razão naquilo que defende. Simplesmente têm aquela militância e não receiam assumi-la. No Sporting há esse medo e sem esse ‘exército’ é muito desgastante. Já disse que o ato de liderar é de solidão, mas não deve ser tanta. Nisto tudo sinto que ainda há um caminho a percorrer. Foram décadas em que as pessoas não se habituaram a ter esse tipo de intervenção, a defender o seu clube, a defender a razão do seu clube. No Sporting CP não podemos achar que para sermos considerados pessoas de bem, ao sermos abordados sobre um assunto do clube do nosso coração, dizemos logo que não. E ficamos cheios de orgulho porque mostrámos a nossa independência. Mostrámos foi a nossa burrice porque das duas, uma: ou o clube tem razão ou não tem. Mas muitas vezes nem se lê para perceber o que está em causa, tira-se logo a razão quando eu sei que do outro lado é o contrário: não lêem, mas o clube tem sempre razão”, referiu.

Depois, o Presidente dos verdes e brancos foi questionado sobre as auditorias feitas aos antigos presidentes e sobre a possibilidade de ser feita uma ao seu mandato, ao qual respondeu de forma afirmativa. “Acho perfeito, o único problema é que estas coisas demoram muito tempo. Neste momento não é exequível, mas acho perfeito”, afirmou.

Já na segunda parte da entrevista ao diário desportivo, Bruno de Carvalho falou como Presidente e abordou vários temas da actualidade desportiva do Clube.

Apesar da distância de oito pontos para o primeiro lugar do campeonato, o líder leonino tem a convicção de que os Sportinguistas vão ter motivos para festejar em Maio e elogia o trabalho feito até ao momento por Jorge Jesus à frente da equipa. “O Sporting CP ainda está muito a tempo de ser campeão. Verifiquem só o que aconteceu na época passada. Por esta altura, há cerca de um ano, perguntavam-me se estava contente e eufórico e eu sempre disse que não. Nunca me interessou ser campeão de inverno. Portanto, isto está parecido. Neste momento, continuamos a exigir os três títulos nacionais. E estamos confiantes nos três. Quanto a Jorge Jesus, continua a ser o homem certo por tudo: pelo conhecimento que tem do futebol e pelo trabalho magnífico que tem estado a fazer. Continuamos com uma fé inabalável de que Maio está longe e que ainda vamos ser felizes. Mas Jorge Jesus… Sem dúvida nenhuma! Tem tudo para continuar a ser o nosso treinador. Este projecto do Grande Sporting CP tem de envolver grandes coisas. Portanto, temos de ter um grande treinador”, realçou.

Depois de uma fase menos positiva para o Campeonato Nacional, os leões conseguiram uma importante vitória no Restelo frente ao Belenenses com um golo de Bas Dost nos descontos. Um triunfo que Bruno de Carvalho admitiu que lhe tirou um grande peso de cima. “Tirou-me enquanto Sportinguista, pois acho que é de uma injustiça total nós estarmos na posição em que estamos. E tirou-me perante as pessoas porque eu só olhava e pensava ‘não é justo, não é merecido’. E mesmo para a própria equipa. Mais uma vez, não era merecido que não tivéssemos ganho ao Belenenses. Um caudal ofensivo tremendo e mais uma vez poderíamos ter tido um mau resultado. Vá lá, acabaram-se os ‘ais’. Há uma coisa de que não sou capaz, que é fingir que não tenho responsabilidade. Quando vim para o Sporting CP sabia que ia ter nas minhas costas o coração de 3 milhões e meio de pessoas que acreditam e confiam”, disse.

Também o mercado de transferências foi abordado nesta grande entrevista, com os casos de Coates e Alan Ruiz em destaque. “Há uma cláusula de compra de 5 milhões de euros. É uma questão de tempo até Coates ser jogador do Sporting CP a título definitivo. Sem dúvida nenhuma. Quanto ao Alan acabou de chegar e não veio para Lisboa em forma. Esteve a trabalhar para recuperar a forma e é um daqueles jogadores que de facto ainda tem um longo caminho a percorrer até perceber o que é o Sporting CP e a metodologia de treino de Jorge Jesus. Mas temos a obrigação de o fazer entender rapidamente estas duas coisas. Agora, que ele tem valor para esse dinheiro (8 milhões de euros) e que não vamos perder dinheiro com ele, isso tenho a certeza”, destacou o Presidente leonino.

Por fim, Bruno de Carvalho falou sobre a inauguração do Pavilhão João Rocha e sobre a badalada questão dos 22 campeonatos conquistados pelos verdes e brancos. “Gostava de inaugurar antes das eleições, mas gostava que as pessoas tivessem uma noção clara: esta vontade não tem nada a ver com as eleições. Nada! É pura e simplesmente para que as equipas tenham um local só deles. É um drama o que se passa actualmente com as modalidades. Espero poder dizer alguma coisa durante este mês. Tem sido das coisas que mais tenho pedido, porque isto é uma família. Os jogadores são como filhos para mim, apesar de terem o dobro do meu tamanho. Já em relação ao assunto dos títulos é de elementar justiça! No próprio site da FPF está escrito que o campeonato de Portugal é aquele que apura o campeão da modalidade. Confrontada com esta questão, a comunicação social recebe uma resposta [por parte da FPF] que diz ‘não interessa a definição, o que interessa são os documentos’ e não fazem mais nada…! Então, mas está escrito no site da FPF e depois, afinal, há um documento? Portanto, há um documento em 1900 e carqueja, mas esse documento andou sempre perdido quando se construiu o site e quando se fizeram as normais actualizações ao mesmo, certo? Andou sempre perdido! Foi um documento que nunca deu origem a nada, a não ser vantagens a outros. Estará num Relatório e Contas? Vá lá que não está escrito num guardanapo depois de um almoço qualquer... Desculpem lá, mas não percebo como é que ainda por cima sou gozado devido a esta questão. O Conselho de Arbitragem está a fazer um bom trabalho, mas tenho muitas dúvidas existenciais quanto ao resto”, concluiu.