Pavilhão Carlos Lopes abre as portas renovado
18 Fev, 2017
Reabertura oficial do mítico pavilhão lisboeta no dia do 70.º aniversário do campeão olímpico leonino contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa
Dia de festa e de gala para a cidade de Lisboa e para o país.
O Pavilhão Carlos Lopes reabriu portas ao público, completamente renovado, uma vez que se encontravam sem utilização e ao abandono desde 2003. A cerimónia decorreu, precisamente, no dia em que a lenda viva do desporto leonino e português que dá nome à igualmente emblemática sala de espectáculos (desportivos, culturais e até de eventos políticos) comemora o seu 70.º aniversário. Vicente de Moura, vice-presidente do Sporting Clube de Portugal, não faltou ao evento.
Ainda não eram 17 horas e já nas imediações do espaço, agora verdadeiramente dignificado e aberto aos lisboetas e portugueses que o queiram visitar, se via uma mole humana a nada querer perder do acontecimento que o edil local, Fernando Medina, apelidou de "dia especial para a cidade", por se tratar do momento da devolução do pavilhão à cidade e ao país.
O primeiro-ministro (PM), António Costa, também presente na cerimónia, agradeceu não apenas à Associação de Turismo de Lisboa e à Câmara Municipal – como responsáveis pela obra de reabilitação – mas, acima de tudo, a quem desde 1984 viu o seu nome ser atribuído ao espaço antes conhecido como Pavilhão dos Desportos e, antes disso, como Pavilhão de Festas e Exposições.
Leonor Moniz Pereira, filha de Mário Moniz Pereira, treinador de Carlos Lopes e a lenda que deu origem a outra, também não podia ter faltado à reabertura e, à conversa com o Jornal Sporting, contou a história que, entre o pai e o homenageado, mais a tinha marcado. "Foi pouco antes dos Jogos de Montreal [n.d.r.: 2.º lugar na Maratona e que para o PM português foi o mais comovente momento, mais ainda que o ouro em Los Angeles], Carlos Lopes tinha ido ao médico, que lhe diagnosticou uma tuberculose. O Carlos ligou ao meu pai, que lhe disse: 'Olha, eu não sou médico, mas podes ter muita coisa, menos tuberculose. Aos treinos que tens feitos e os tempos que tens tido, se estivesses tuberculoso já tinhas caído para o lado' [risos]. No final das contas, tinha apenas uma espinha na garganta, pois tinha comido peixe ao almoço nesse dia...", recordou a filha do homem que proporcionou os primeiros momentos de (prata e) ouro para Portugal na mais importante prova desportiva à escala planetária.
A cerimónia contou ainda com a presença de outras figuras nacionais, não apenas do desporto. O tenente-coronel Vasco Lourenço, o deputado Ribeiro e Castro, o actor Victor de Sousa, a empresária Margarida Martins, a arquitecta Helena Roseta, a vereador da CML Ricardo Sá Fernandes, bem como os atletas Bessone Basto, Aurora Cunha e, claro, Rosa Mota: "Está um pavilhão lindo! Há muito tempo que um espaço como este merecia um projecto destes, para além do Carlos Lopes merecê-lo mais que todos. Já lhe dei um beijinho de corrida, pois o dia é dele. Está duplamente de parabéns", disse.
Carlos Lopes teve a palavra final. O campeão olímpico agradeceu a honra e, acima de tudo, um obrigado especial: "Ao Sporting CP que me deu tudo e mais qualquer coisa", momento para a ovação da noite. "Deu-me todas as condições e um treinador extraordinário. Por ter investido e continuar a investir numa modalidade difícil, mas que me faz continuar a querer fazer parte desta juventude de futuro".
Estas e outras histórias sobre a reabertura do mítico espaço na próxima edição do Jornal Sporting, nas bancas a 23 de Fevereiro.