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Foto José Cruz

E tudo Podence mudou

Por Jornal Sporting
12 Fev, 2017

Sporting CP perdia ao intervalo por 2-1, mas conseguiu operar a reviravolta no segundo tempo

Minuto 64'. Tinha tudo para ser apenas mais um no cronómetro de jogo, não fosse a entrada em campo de Daniel Podence ter invertido o rumo dos acontecimentos para o Sporting CP no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas. O ditado popular diz que por vezes há quem tenha 'mais sorte do que juízo', mas no caso deste jogador é diferente. Para melhor, claro. Ou seja, tem mais talento do que tamanho. Falamos, pois, de 1,65m de grande qualidade. É que o camisola 56 às ordens de Jorge Jesus respira futebol. E do bom, diga-se. Não há como o negar. Tem dúvidas? Pergunte a Pierre Sagna, o lateral direito do Moreirense (fez-lhe a vida negra em 26 minutos).

Com o resultado desfavorável em 2-1 para o Sporting CP, em Moreira de Cónegos, o 'mister' Jesus teve de arriscar. Nesse sentido, o 'desinspirado' Bryan Ruiz foi chamado ao banho mais cedo e para o seu lugar entrou o 'pequeno-grande jogador'. Um velho conhecido do Moreirense (onde esteve emprestado na primeira metade da época), agora orientado por Augusto Inácio, também ele uma cara que não é estranha aos leões. Quatro minutos depois, Podence recebeu uma bola 'redondinha de William Carvalho junto ao flanco esquerdo. Com a cabeça levantada, como que tentando ler o jogo, começou a galgar terreno, deixando três adversários pelo caminho. Já em zona frontal, rematou em cheio ao poste esquerdo da baliza defendida por Makaridze, mas a bola fez ricochete e sobrou para Bas Dost, que lhe chamou um 'figo'.

Explosão de alegria, não só no relvado, como também no banco de suplentes leonino e nas bancadas, onde milhares de Sportinguistas mostraram, uma vez mais, a força brutal do 12.º jogador. A igualdade a dois no marcador deu alento, fazendo esquecer todos os problemas enfrentados até então. Que é como quem diz os dois erros na primeira parte que quase deitaram tudo a perder: primeiro um autogolo de Bruno César, após uma desatenção na defensiva verde e branca (17'), e já perto do intervalo (43') uma hesitação de Rui Patrício que terminou num penálti convertido por Cauê. Pelo meio, Alan Ruiz ainda minimizou os estragos (40'), atirando a contar para o segundo pontapé certeiro na prova em 14 jogos disputados de leão ao peito.

Seguindo a história do encontro da 21.ª jornada da I Liga, e já com a igualdade no 'bolso' - 17.º golo do 'holandês voador em 18 partidas (!), o Sporting CP só precisou de mais cinco minutos para completar a reviravolta. Sem tirar o pé do acelerador, e aproveitando a 'embalagem' que Podence impôs, os leões protagonizaram uma jogada a papel químico do golo de Alan Ruiz, mas com novos protagonistas: Schelotto combinou com Gelson Martins na direita, foi à linha e cruzou atrasado para o interior da área adversária, onde surgiu Adrien Silva a finalizar de primeira para o 3-2. Que festa no relvado, em tons verde e brancos (sem xadrez). Não era caso para menos. 

O problema é que praticamente na jogada a seguir, Dramé - o mais inconformado às ordens de Inácio - enviou a bola à barra. Muito por culpa de Patrício, que parece ainda ter desviado a bola. Foi o último susto. Até final, por vezes com mais coração do que com a 'cabeça', o Sporting CP conseguiu conservar um triunfo que fez por merecer. É que, no mundo da bola, não interessa como começa, mas sim como acaba. Sim, o Moreirense caiu de pé, mas a vitória leonina acaba por ser justa, mesmo que suada. Para a história, fica ainda um apontamento estatístico: desde a temporada 2014/15 que o Sporting CP não vencia fora de casa com uma reviravolta. Na altura, frente ao Arouca (3-1), com golos de Montero, Carrillo e Tobias Figueiredo. Agradeçam a Podence, já que tudo mudou. E, já agora, a Bas Dost, por razões óbvias. A brincar, a brincar, já igualou a sua época mais goleadora desde que saiu da Holanda (20 golos, pelo Wolfsburgo em 2014/15.

Segue-se o Rio Ave, em Alvalade, no próximo sábado (20h30).

NOTA: ao contrário do resultado final em Moreira de Cónegos, não seria justo escrevermos esta crónica sem destacarmos o apoio brutal (!) dos Sócios e adeptos do Clube nas bancadas do Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freita. À chuva e ao frio, por bem mais do que 90 minutos, não arredaram pé dos seus lugares e fizeram-se ouvir a uma só voz. Não seria de esperar outra coisa dos melhores adeptos do Mundo. Seja onde for, o Sporting CP joga sempre em casa.