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Equipa da linha com geometria pouco estética

Por Jornal Sporting
23 Fev, 2017

O Estoril tem sido uma das desilusões da Liga. Depois de no ano passado falhar o acesso à Europa por pouco, encontra-se agora no 15.º lugar e sem apresentar um futebol apelativo, mesmo após a mudança de técnico

Há pouco menos de um ano, quando o Sporting se deslocou à Amoreira para defrontar o Estoril, a grande figura do encontro foi Slimani. Com dois golos – um deles sendo um dos melhores que apontou de leão ao peito! – resolveu a partida, levando os três pontos para Alvalade, e alcançando a marca dos 20 golos na prova. Bas Dost, com menos seis jogos realizados do que o argelino na altura, pode fazer o mesmo… mas precisará de um hat-trick, visto ter 17 golos até ao momento. O adversário, no entanto, tem-se mostrado bem mais frágil do que aquele que Slimani defrontou, sendo mesmo uma das decepções da competição. O Estoril ocupa o 15.º posto da Liga NOS e venceu apenas cinco vezes até à data. Na luta pela permanência entre os grandes, o futebol praticado pela equipa estorilista tem defraudado as expectativas, apresentando até algumas das estatísticas menos desejadas entre as equipas nacionais.

De acordo com o site whoscored.com, a formação canarinha é, de todas aquelas que militam no escalão principal do futebol português, a que mais remates permite aos seus adversários por jogo (13,3) e, simultaneamente, a que menos tentativas de golo efectua (8,4 por encontro). O cenário agrava-se quando se constata que, desses 8,4 remates, a média de vezes em que acerta na baliza é de… 2,6. Os números, que ajudam a entender o jogo, mas não o explicam por si só, levam a crer que Rui Patrício poderá ter uma noite mais descansada do que aquela que viveu na última jornada, frente a um Rio Ave de personalidade bem distinta da deste Estoril.

Ainda tendo por base o site whoscored, o Estoril é também a equipa que, a par do Marítimo, menos golos alcança no momento de organização ofensiva (seis). Esse dado entende-se mais facilmente ao ver-se que a equipa de Pedro Gómez Carmona é, entre as do campeonato, a que mais tempo passa no primeiro terço do campo e, pelo contrário, que menos ocupa o último terço ofensivo, aproximando-se menos da baliza contrária. De forma a contrariar as dificuldades de chegada às zonas onde pode criar perigo, o Estoril recorre muitas vezes à bola longa (depois do Arouca, é o colectivo que mais passes longos realizou até ao momento – 81 ), tendo Kléber, ex-FC Porto, como referência ofensiva. Nesse parâmetro, o próximo adversário leonino apresenta uma capacidade acima da média, vencendo inclusive mais duelos aéreos do que a equipa de Jorge Jesus… embora este registo se explique pelo facto de adoptar um modelo de jogo que leva a disputar bem mais bolas de cabeça do que os verdes e brancos. Nesse capítulo, os leões contam com centrais fortes, sobretudo Coates, um dos mais fortes de cabeça em Portugal.

Em suma, e até pelo momento que o Estoril atravessa (desde a chegada do novo treinador, venceu apenas duas vezes em dez encontros, apesar de nos últimos três jogos não ter perdido), o Sporting será o favorito, mas como sempre terá de provar esse estatuto. As camisolas não ganham jogos.

Tendo regressado à equipa do Estoril no último mercado, Licá, agora com 28 anos, já apontou um golo e uma assistência em apenas três partidas realizadas. O extremo, além de experiência, trouxe mais qualidade ao ataque canarinho, unindo-se assim a Kléber e formando uma dupla ex-FC Porto. Partindo preferencialmente da esquerda, será um dos que exigirá maior atenção.

O técnico espanhol de apenas 34 anos vive esta época não só a primeira experiência em Portugal, como a primeira experiência como treinador principal. Com passagens  pelo Bétis, pelos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e pelo Barém, sempre como adjunto, Pedro Carmona não está a ter um início fácil: dois triunfos em dez jogos na equipa da linha deixam o Estoril perto da zona de descida.