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Foto José Cruz

Bas Dost tem Boavista para jogar xadrez

Por Jornal Sporting
09 Abr, 2017

Avançado holandês apontou três dos quatro golos do Sporting CP frente ao Boavista

Há expressões populares que valem mais do que mil palavras: o azar de uns, a sorte de outros. O mesmo que dizer que Bas Dost pode ostentar de novo os galões de rei dos goleadores da Europa, com 27 golos (54 pontos), a par de Lionel (o Messi), que este domingo ficou em branco na derrota do Barcelona na Andaluzia (2-0). É sabido, segundo a religião católica, que Deus perdoa, uma expressão que não se aplica no mundo do futebol, muito menos ao avançado holandês, que frente ao Boavista, esta noite, apontou mais um hat-trick para a sua conta pessoal, no triunfo expressivo de um leão de garras afiadas perante uma pantera demasiado mansa (4-0).

Com mais três remates certeiros na conta pessoal, o camisola 28 do Sporting CP, responsável por 49% dos golos leoninos na I Liga (caso único no campeonato português), à passagem pela 28.ª jornada, chegou aos 30 golos esta temporada, tantos como apontou nas duas últimas épocas que realizou no Wolfsburgo. Dá que pensar! Mais ainda se lhe dissermos que em 25 jogos já igualou o registo do ano passado de Slimani (27 golos em 33 jogos). Perdoe-nos, caro leitor, mas justifica-se (imagine uma voz melódica e extremamente afinada): "Na, Na, Na, Na... Bas Dost!".

Os Sportinguistas agradecem, claro. Também não é caso para menos: 13 duelos depois, os leões conseguiram marcar quatro golos ao Boavista (não acontecia desde 2004/05) e alcançaram a quarta vitória consecutiva, igualando o melhor registo no campeonato, atingido nas primeiras quatro jornadas. Mais: há oito jogos que os comandados de Jorge Jesus não perdem (sete vitórias e apenas um empate a uma bola, em casa, frente ao V. Guimarães). Muito provavelmente, Rui Patrício deve ter-se queixado do frio que apanhou. Confuso? Nós explicamos. O guardião leonino foi praticamente um espectador (privilegiado) a ver o desafio na primeira linha. Raramente os pupilos de Miguel Leal conseguiram incomodar a baliza verde e branca.

Bruno César deu graxa ao Bota de Ouro

Quatro golos marcados, baliza a zero, uma exibição confortável e festa rija para 42.822 Sócios e adeptos do Clube, ao som dos AC/DC, nas bancadas de Alvalade. A história do braço de ferro entre dois históricos do futebol português (quem não se lembra do Boavistão?!) é fácil de contar, já que o domínio dos que vestiram a listada verde e branca foi praticamente total do primeiro ao último minuto.

Sem Gelson, mas com Podence, bastante irrequieto na frente de ataque, diga-se, o Sporting CP entrou em campo apostado em resolver cedo. Bruno César testou por duas vezes (aos 2' e 11') os reflexos do guarda-redes contrário, mas foi Alan Ruiz quem descobriu o caminho para o golo à passagem do minuto 20'. Talocha 'ofereceu' a bola a Podence, o 'miúdo' abriu prontamente em Schelotto na direita, que cruzou para o compatriota inaugurar o marcador – apontou o sétimo golo de leão ao peito, que se traduz no melhor registo da carreira.

Oito minutos depois, nova prenda dos axadrezados. Desta vez, foi Edu Machado quem vestiu o fato de 'Pai Natal'. Bruno César chamou-lhe um 'figo' e assistiu com mestria Bas Dost para o segundo do emblema leonino. Simples, mais simples, não há. Talvez por isso, Podence podia ter aumentado a contagem aos 35', mas preferiu assistir Alan do que fazer o gosto ao pé e o lance perdeu-se. Ao intervalo, a vantagem era mais do que justa.

Veio a segunda parte e... mais do mesmo. Três minutos depois do regresso dos balneários e já Bas Dost festejava mais um golo, de penálti, após uma falta dentro da área do Boavista sobre Bruno César. Sem ter soluções para voltar a entrar em jogo, e com a desvantagem no marcador, a pantera negra apenas tentava 'acalmar' um leão faminto. Sem sucesso. Aos 63', o holandês carimbou o hat-trick e o resultado final (a quarta goleada em 2016/17), após mais um passe açucarado do melhor amigo. Sim, Bruno César, que já leva oito assistências.

Até ao apito final, ainda deu para Podence abrir o livro de malabarismos, Francisco Geraldes estrear-se em Alvalade, Adrien Silva voltar a pisar o relvado (Captain is back) e William Carvalho ser aplaudido, não só por ter feito recentemente 25 anos como também por ter chegado aos 150 jogos com a camisola do Sporting CP. Resumidamente, mais um dia no escritório – passe-se a expressão.

Este leão anda de barriga cheia, com Dost no papel de caçador implacável. Bota de Ouro à vista? Para já Messi está em xeque... mate? Só o tempo o dirá.