Não deverá ser difícil para os Sportinguistas relembrarem-se da última deslocação ao reduto dos vimaranenses, onde os leões venciam por uns claros 3-0 já na segunda parte, ao mesmo tempo em que rubricavam uma belíssima exibição, até que, quase sem explicação, a equipa da casa – alavancada por um forte apoio do público – conseguiu marcar três golos e empatar o jogo nos últimos instantes da partida. Um pouco mais difícil será, para os mesmos adeptos leoninos, obter lembranças positivas recentes das idas ao D. Afonso Henriques, tendo a última delas sido em 2013, quando Slimani marcou o golo solitário da vitória verde e branca já para lá dos 90 e deu os três pontos ao conjunto de Leonardo Jardim. De resto, nos últimos cinco anos, sobram três empates e uma derrota a contar para o Campeonato Nacional.

Com todas as dificuldades tradicionais no que a esta deslocação diz respeito, contudo, restam também algumas dúvidas sobre o potencial do conjunto de Pedro Martins. Tendo derrotado o Sporting na pré-época por 3-0 e somado apenas uma derrota nos seis amigáveis realizados, os vimaranenses perderam depois a Supertaça com o Benfica, venceram o Chaves, mas voltaram a perder na última jornada com o Estoril por 3-0, num encontro marcado por três expulsões (duas para o Vit. Guimarães e uma para a equipa da linha). Além da irregularidade nos resultados, também as exibições têm variado entre performances sólidas, sobretudo potenciadas pela qualidade individual de alguns dos seus jogadores, e jogos menos conseguidos, com poucas soluções colectivas. 

Sendo a quinta equipa mais rematadora da Liga NOS, mas simultaneamente a segunda que mais tentativas concede aos adversários, o Vit. Guimarães aumenta ainda mais a incerteza do seu jogo pelos dois defesas que se encontram suspensos após os vermelhos do encontro com o Estoril: o central Josué e o lateral esquerdo João Vigário. Com Marcos Valente e Sacko no encalce para os respectivos lugares, a equipa perde um dos alicerces da sua linha defensiva – o defesa-central Josué – e vê-se quase obrigado a optar pelo lateral costa-marfinense Sacko, que esteve em destaque pela negativa na última jornada com dois erros que custaram o segundo e terceiro golos sofridos. Por parte da equipa verde e branca terá de existir a vontade de colocar à prova a defesa remendada de Pedro Martins, com a consciência de que o ambiente em Guimarães irá sempre empurrar a equipa da casa, seja qual for o resultado, e que por isso o desfecho não estará traçado até o árbitro encerrar a partida. No ataque vimaranense, dúvidas sobre quem será o ponta-de-lança escolhido, visto que nos primeiros três jogos oficiais foram utilizados três jogadores distintos – Rafael Martins, Estupiñán e David Teixeira. Paolo Hurtado, médio ofensivo da equipa, é um dos que mais problemas poderá causar, bem como os extremos Raphinha e o jovem português Hélder Teixeira. 

A FIGURA

O peruano de 27 anos, já internacional A por 26 ocasiões, tem-se destacado no Vit. Guimarães - esta época já leva um golo e duas assistências, e na temporada transacta fez nove vezes o gosto ao pé no total dos 40 jogos realizados. Sendo dotado tecnicamente, é o médio de características mais ofensivas do conjunto de Pedro Martins e o que mais desequilibra.

O TREINADOR

Na segunda temporada à frente dos vimaranenses, o técnico português de 47 anos vai já para a oitava época no escalão máximo do futebol português. Sempre marcado por trabalhos competentes, o ano passado levou o Vit. Guimarães à final da Taça de Portugal, tendo disputado agora a Supertaça e, claro, conseguindo a quarta posição da Liga NOS