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Foto Mário Vasa

A mão (cheia) que embalou o berço

Por Jornal Sporting
19 Ago, 2017

Categórica vitória dos leões no melhor resultado de sempre em Guimarães: 5-0, com dois golos de Bruno Fernandes, outros dois de Bas Dost e com o capitão Adrien Silva a fechar a conta

Era preciso recuar a 2000/01 para encontrar um resultado de 3-0, favorável ao Sporting CP, em Guimarães, com três golos de Acosta. No entanto, este ano tinha de ser diferente. Os três primeiros golos dos leões no primeiro tempo chegaram aos 23 minutos, quando Bas Dost bisou no encontro (21' e 23'), o seu 11.º bis de leão ao peito em, praticamente, uma temporada. É certo que Acosta fizera tudo sozinho, leia-se marcar golos. E na tarde deste sábado, Dost teve uma ajuda. Preciosa. Digna de registo ou, se preferir, em linguagem futebolística, de bandeira. Aos 3', Bruno Fernandes tentou linha de passe, não encontrou soluções, tirou Zungu da frente e com força e colocação, inaugura o marcador no D. Afonso Henriques com nota artística elevadíssima.

O Vitória, a tentar recuperar de uma derrota frente ao Estoril (3-0), poderia ter encarado a recepção aos leões de Alvalade como uma oportunidade de ouro para vingar o seu estatuto. Pedro Martins até estaria avisado de como o Sporting CP poderia querer resolver o jogo cedo, a pensar na 2.ª mão do play-off de acesso à Liga dos Campeões. A temperatura não facilitava, de tão castigadora.

Mas a história começou a ser desenhada cedo, como já se explicou. E para todos aqueles que, ao intervalo, ainda não tinham posição confortável – no estádio, em casa ou nas esplanadas, com amigos –, incomodados com filmes de outras épocas, não demoraram a perceber que a água que corria por baixo da ponte não era a mesma. Como Jorge Jesus, e bem, referiu na conferência de imprensa no final do encontro, dos 11 titulares em Guimarães, seis são reforços desta época. Um deles, Piccini (53') obrigou o guarda-redes Miguel a defesa apertada; Coentrão (55'), outros dos reforços, serviu da melhor forma Acuña – outra cara nova –, que atirou por cima.

Os leões mantiveram o domínio que já traziam do primeiro tempo e, de novo Bruno Fernandes, o bombardeiro de caça de alta precisão, voltou a puxar dos galões (59') e a assinar um golo de categoria, para descanso dos espíritos mais atormentados. 4-0 era, pelo menos, um filme nunca antes visto. Aliás, uma correcção. Visto, sim. Na época de 1947/48, quando a equipa dos Cinco Violinos venceu na cidade berço pelo mesmo parcial. Melhor, só mesmo em 1953/54, quando se registou um 5-1. Até hoje.

Bruno Fernandes, de tão electrizante estava o seu jogo, não se quis despedir de Guimarães sem tentar mais uma vez a sua sorte (80'), embora a trave tenha negado o terceiro no encontro à sua conta e o quinto da equipa. Não foi o n.º 8... foi o capitão, n.º 23. Servido por Iuri Medeiros – naquele que foi o seu primeiro jogo de leão ao peito na liga principal –, Adrien Silva carimbou o resultado final (85'), muito embora Gelson Martins tenha perdido a oportunidade de chegar à meia-dúzia (89'), numa incursão já pela esquerda.

Vitória folgada numa casa sempre tão madrasta aos adversários só pode indiciar bons pronúncios para Bucareste. Pelo menos avisados estarão os romenos. Como, provavelmente, Pedro Martins estava.