Dois golos de João Palhinha, um de Mattheus Oliveira e outro de Rafael Leão selaram o triunfo leonino na 3.ª ronda da Taça de Portugal

É a chamada 'festa da Taça'. De Portugal, sim, mais especificamente em Oleiros, essa bela localidade. Houve um pouco de tudo em 90 minutos: seis golos, três estreias oficiais de 'miúdos' da Academia e, sobretudo, muita emoção, como é característico desta prova. O apito final ditou a vitória do Sporting CP frente à equipa local (4-2), na terceira ronda da competição, o que não evitou, ainda assim, os festejos de 2.241 adeptos presentes nas bancadas do Municipal de Oleiros – sim, caro leitor, mesmo os da formação da casa, que ficou pelo caminho. No fundo, acabou por ganhar o futebol, numa noite solidária cujas receitas reverteram, conforme prometeram os leões, para os bombeiros locais.

Passamos a bola para a história do encontro. De forma natural, os comandados do mister Jorge Jesus, que fez descansar os habituais titulares e apostou em jogadores menos rodados, uma vez que se aproxima um embate europeu importante em Turim, encostaram a formação do Campeonato de Portugal às cordas (9.º lugar). Mesmo jogando num sintético, piso a que não estão (de todo) habituados. Recuados no último terço do terreno, o Oleiros limitava-se a tentar conter as rápidas trocas de bola do Sporting CP a meio-campo, assim como as (preferenciais) incursões de Jonathan Silva no flanco esquerdo.

Tal como aos 23', quando o lateral esquerdo argentino cruzou forte para a área e, no meio da 'confusão', a bola acabou por sobrar para Palhinha, que encheu o pé para o primeiro golo da noite. Festa rija nas bancadas, em tons de verde e branco, claro. Celebrações idênticas às que se viveram à beira do intervalo, altura em que Mattheus Oliveira apontou o segundo da partida: após uma bela jogada individual de Podence na direita, que ganhou a linha e cruzou com régua e esquadro, o médio brasileiro só teve de encostar de cabeça para voltar a abanar as redes da baliza contrária (41').

Sem nada a perder, e com uma equipa muito organizada, diga-se, o Oleiros surgiu de 'cara lavada' no segundo tempo. Mas não foi só, já que também alterou o seu sistema táctico. Jackson, quase sempre ele, no papel de ponta-de-lança, ia testando a atenção de Salin, que esta noite calçou as luvas de Rui Patrício. O problema é que Palhinha estava inspirado e, de forma acrobática, aumentou a contagem, colocando a cereja no topo do bolo após mais um lance que começou nos pés de Podence (62').

Quando o 3-0 no marcador fazia pensar que os pupilos de Natan Costa poderiam mandar a 'toalha ao chão' (alguns jogadores começaram a ter problemas musculares), uma escorregadela de Petrovic permitiu a Jackson isolar-se e bater Salin para o 3-1 (80'). Os adeptos do Oleiros 'explodiram' de alegria nas bancadas. E bem! É esta a festa da Taça. No entanto, o 'endiabrado' Podence continuou ligado à corrente e juntou mais uma assistência à conta pessoal (três no total), desta vez para o recém-entrado Rafael Leão, de apenas 18 anos (4-1). Uma estreia com a camisola leonina em jogos oficiais, tal como aconteceu com outros dois jovens da Academia: Jovane Cabral e Demiral, que Jesus também fez subir ao relvado.

Até final, destaque ainda para um novo golo do Oleiros, já aos 93', por intermédio de Djô Djô, após uma desatenção leonina no centro da defesa. Com o resultado final em 4-2, os leões carimbaram assim o passaporte para a próxima fase da prova rainha do futebol português.