Golo de Shomko no apito final sela igualdade (3-3) num jogo completamente dominado pelos leões de Alvalade

A grande dúvida desta 2.ª mão dos 1/16-final da Liga Europa é a de saber como foi possível terminar empatado (3-3) um encontro em que o Sporting CP foi absoluto dono e senhor.

O gelo cazaque que a eliminatória pudesse trazer aos leões já tinha sido quebrado no encontro da 1.ª mão. Uma vitória fora por 3-1 dava garantias para um desfecho sem grandes sobressaltos e foi precisamente isso que Bas Dost confirmou, logo aos dois minutos, quando colocou o Sporting CP em vantagem no marcador. Isto numa fase em que dava ideia de se jogar em câmara lenta e basta ver a 'velocidade' de execução, quer da assistência de Bryan Ruiz pela esquerda como pela própria abordagem do holandês no ataque, de cabeça, à bola.

Foram precisos 10 minutos para se sentir nova emoção em Alvalade, quando o central Postnikov subiu no terreno para, na sequência de um pontapé de canto, rematar ao lado do poste esquerdo da baliza de Rui Patrício.

Com João Palhinha a alinhar de início ao lado de Rodrigo Battaglia à frente da defesa e Bryan Ruiz (na esquerda); Bruno Fernandes (ao centro); e Rúben Ribeiro (na direita); como médios ofensivos no apoio a Bas Dost, os leões pouco se ressentiram de tais mudanças ao 11 habitual. É certo que coube a Bruno Fernandes, novamente, o papel de acelerador de partículas – homem do jogo –, com duas boas assistências sem consequências a Rúben (19') e Bas Dost (22'), embora o goleador leonino tenha tirado tinta ao poste esquerdo da baliza de Eric, a passe do camisola n.º 7 (35').

Não entrou o segundo, sofreu-se o empate. Tomasov, que já tinha sido o autor do golo solitário do Astana na 1.ª mão,  num remate de pé esquerdo, igualou a partida (1-1). Nada que beliscasse o que havia sido feito até então, nem sequer constituia motivos de preocupação.

Ainda assim, eventualmente insatisfeito com o rendimento apresentado pelos protagonistas do corredor direito, Jorge Jesus substituiu Rúben Ribeiro por Acuña, alterando assim o trio de médios, passando Bruno Fernandes para o meio e Bryan Ruiz para a direita. Inspirado pela zona do terreno que tão bem conhece, Bruno Fernandes causou o primeiro momento de júbilo do segundo tempo, com o segundo golo dos leões e o seu primeiro no jogo. Livre ainda longe da grande área marcado à maneira curta, dois toques para adiantar a bola e uma bomba colocada ao ângulo, sem hipótese para Eric. Não satisfeito, o bombardeiro leonino de serviço, voltou a marcar 10 minutos depois, desta feita com assistência de Bas Dost, pela direita.

Com os mesmos números no marcador com que havia saído de Astana, Jorge Jesus aproveitou para fazer a última substituição, retirando João Palhinha e colocando o jovem Rafael Leão, o que foi bastante saudade pelas bancadas. Como Bryan também já tinha dado lugar a William Carvalho, o Sporting CP passou do seu habitual 4x2x3x1 para um 4x4x2. Nem dois minutos tinha de jogo e já Leão fazia estragos no corredor esquerdo.

No entanto, num ressalto de bola (80'), o Astana conseguiu reduzir (3-2), por intermédio de Twumasi. Continuava a não criar qualquer tipo de constrangimentos. Até porque os homens de Alvalade mantiveram o mesmo pendor ofensivo. Primeiro, por Bas Dost (88'), numa situação em que ligeiramente descaído sobre a direita, fica praticamente isolado cara-a-cara com Eric, permitindo ao guardião sérvio a melhor mancha que negou o quarto golo dos leões. Já em cima do apito final (90+2'), um lance de contra-ataque no qual Rafael Leão serviu de pivô, Acuña liderou a subida no terreno, mas o lance acabou cortado por um defesa.

Momento seguinte, o empate que ninguém contava. Shomko, de pé esquerdo, deu seguimento ao último pontapé de canto do jogo – apontado por Tomasov. Certamente muitos adeptos que estiveram em Alvalade, e que saíram mais cedo, ficaram a saber do resultado pelas notícias, quando chegaram a casa. Objectivo principal alcançado: apuramento para os oitavos de final, conhecendo o próximo adversário amanhã, pelas 12 horas.