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Foto César Santos

"Damos liberdade criativa e não formatamos ninguém"

Por Jornal Sporting
12 Set, 2016

Professor Aurélio Pereira fala de Cristiano Ronaldo como o maior diamante da mina que simboliza a Academia

A dois dias da 1.ª jornada da Liga dos Campeões, na qual o Sporting CP visita o Real Madrid, o professor Aurélio Pereira, responsável pelo departamento de recrutamento e scouting leonino, foi ao Jornal das 7, na SIC Notícias para falar do expoente máximo saído da Academia Sporting e da filosofia subjacente ao trabalho desenvolvido em Alcochete.

"Conhecendo o Cristiano Ronaldo, sei que não vai facilitar. O profissionalismo nunca se lhe poderá ser colocado em causa", começou por explicar, ainda que o tri-Bola de Ouro já tenha publicamente declarado em Espanha o seu amor ao Sporting CP, sendo igualmente Sócio, n.º 100.000. "Numa primeira fase, estamos a falar de uma criança de 11 anos, da Madeira, sem os pais, e que chega a Alcochete. Custou cinco mil contos em 1997. Era muito dinheiro. Estamos muito à-vontade em ver jogadores com estas idades. O que aconteceu é que no dia a seguir à sua chegada foi treinar com jogadores mais velhos e mostrou uma capacidade de integração a que não estávamos habituados. Os colegas são os críticos mais competentes, não os treinadores. "Isto é outra coisa", diziam os colegas mais velhos. Era algo de diferente, para além das qualidades técncias, da velocidade de deslocação e desmarcação e movimento. Evidenciava já algum jeito para dominar o jogo aéreo", acrescentou.

Apesar de nem todos os jogadores terem as mesmas capacidades, há algo que é comum: a genética do Clube, que permite ao Sporting CP trabalhar com a maior diversidade de personalidades existentes com um grau de erro menor. "O talento é uma coisa e o temperamento e audácia é outra. O ser humano que está dentro do jogador, muitas vezes , não se consegue logo ver. Não com o Ronaldo. Tratava os colegas por "ó miúdo, tem calma". Isto ao segundo dia, quando muitos nas mesmas condições, já tinham as malas feitas para regressar a casa. Há um forte ADN na matriz da formação. Cultura histórica. Uma forma e um conceito de lidar com crianças em que lhes damos a liberdade de criar e não as formatar. Somos muito pacientes. Olhamos muito para o ser humano. Mais importante que ter uma formação vencedora é ter uma formação de vencedores", rematou.