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Foto José Cruz

Pólo EUL: o sonho começa aqui

Por Jornal Sporting
16 Mar, 2017

Considerados como a base da pirâmide da formação do Sporting, este 'viveiro de talentos' representa cerca de 80 por cento do recrutamento na Academia

Ganda golooooo”, comentam dois dos petizes após um penálti cobrado de forma exemplar. Para ter uma ideia do lance, caro leitor, imagine: a bola embateu com violência na base do poste esquerdo e aninhou-se no fundo das redes. Sem ‘espinhas’, ou melhor, ‘limpinho’, como diria o mister Jorge Jesus. Inconformado, o guarda-redes avisou: “Já disse que não vale bujas". Seguem-se novas tentativas, numa espécie de ‘concurso de tiro’. As regras são simples: ao contrário do futebol de rua, quem falhar é que vai à baliza, não o ‘gordo’. Mais um remate. Desta vez, a bola saiu um pouco ao lado. O guarda-redes (improvisado) exclama prontamente: “Esta defendi com os olhos”. Uma tirada que motivou sorrisos entre os vários miúdos do escalão de sub-7 do Sporting que iam chegando a conta-gotas. Segue-se um Panenka, mas sem perigo. Nova gargalhada geral.

O ponteiro do relógio aproxima-se rapidamente das 18h e a diversão num dos campos do Estádio Universitário de Lisboa (EUL) contrasta com o stress do trânsito habitual a esta hora no Campo Grande. Ao fundo do relvado (sintéctico), os pais também começam aos poucos a marcar posição junto à rede, de forma a não perderem pitada da sessão de trabalhos. Pelo meio, o fotógrafo do Jornal Sporting tenta a todo o custo não apanhar com nenhuma ‘bolada’. Sim, por diversas vezes foi confundido com o alvo, mas só correndo esse risco seria capaz de captar o momento de uma bela acrobacia apelidada na gíria de ‘bicicleta’. Genial!

Gestos técnicos à parte, chega a hora de dar o pontapé de saída no treino. Primeiro desafio? Tirar uma fotografia de grupo. Após vários ensaios, missão cumprida. Devidamente vestidos a rigor, de leão ao peito, os sub-7 leoninos são divididos em três equipas, diferenciadas por coletes. O primeiro exercício é simples: quatro elementos tentam chegar aos 15 passes dentro de um perímetro, assinalado com cones, perante a oposição de dois defesas. Se a bola passar pelo meio de um quadrado, estrategicamente colocado ao centro, conta como três passes. Ao mesmo tempo, mas noutra parte do campo, os guarda-redes fazem trabalho específico. “Isso, issooooo. Falta alguém a fechar por dentro. Mais rápidooo. Dá linha de passe. Vamossss. Bem fechado: troca os defesas…”. Nenhum pormenor é deixado ao acaso pela equipa técnica. Os jovens jogadores agradecem – mais não seja no futuro.

“Nestas idades, eles absorvem tudo o que lhes é dito. Como é a primeira experiência, ouvem as coisas e guardam-nas com facilidade”, começa por dizer ao Jornal Sporting Bernardo Bruschy, de 27 anos, treinador do escalão de sub-7. Integrados no Pólo EUL, estes 25 atletas treinam três vezes por semana (terça, quarta e quinta-feira) e, apesar de muitos ainda terem entre cinco a seis anos, já se perfilam como promessas. Atitude, para além do talento inato, não lhes falta.

“É de pequenino que ruge o leãozinho, sem dúvida. Uma das características que procuramos é a disponibilidade e a garra que têm para o jogo. É o que os vai caracterizar mais tarde. Um atleta que nestas idades não revela esses factores dificilmente nos agrada”, sublinhou o técnico leonino, garantindo que os seus jogadores já têm noção do peso da listada verde e branca: “Pelo prestígio que têm quando vão a torneios, já começam a desenvolver o sentido de responsabilidade. O carinho que sentem pelos adeptos em relação a outros clubes é totalmente diferente”.

Um sentimento que não se explica, sente-se. ”Alguns miúdos, quando aqui chegam, não são do Sporting, mas uma coisa é certa: em dois ou três meses ganham um carinho muito grande pelo Clube e ao fim de seis meses já são Sportinguistas para o resto da vida. Acontece frequentemente até com os pais, que reconhecem que o que fazemos pelos filhos é muito importante”, explicou, elogiando também a cultura de vitórias desenvolvida de forma natural na sua equipa. “Se por acaso não ganham, ficam três ou quatro dias sem falar e sem comer [risos]”, rematou.

Uma reportagem para ler na íntegra no Jornal Sporting, esta quinta-feira nas bancas.