Cátia Monteiro será a primeira atleta portuguesa a actuar no estrangeiro. O objectivo é evoluir num campeonato exclusivamente feminino

São apenas seis os meses que separam o goalball do Sporting CP do ponto de partida para um caminho já repleto de excelentes metas. Semanas depois de o Clube ter conquistado a Super Liga – que é como quem diz, a prova máxima da modalidade a nível internacional -, os leões voltam a marcar golo. Desta vez, a protagonista é Cátia Monteiro, capitã da única equipa feminina portuguesa de goalball e da Selecção Nacional. Aos 22 anos, a jovem ruma a Madrid para representar Madrid + Ideas, uma formação que disputa a I Divisão espanhola constituída somente por conjuntos femininos, ao contrário do que acontece em Portugal. O vínculo da atleta aos verdes e brancos até 2020 não impediu o empréstimo, visto que o que está em causa é o crescimento de alguém que se confessa “completamente apaixonada pelo goalball”. A história volta a ser escrita em tons verdes e brancos, isto porque Cátia será a primeira jogadara portuguesa a actuar no estrangeiro.

“Comecei a praticar há cerca de um ano e fiquei rendida. Aliás, sou apaixonada. Admito que chegar a acordo com o Sporting CP foi o grande marco da minha careira, que ainda é bastante curta”, começou por afirmar Cátia Monteiro, ciente de que todo este percurso só tem sido possível graças à aposta da Direcção leonina.

“O projecto é muito ambicioso desde o início. Não estava à espera que me quisessem e a notícia foi recebida com um sentimento de orgulho mas, ao mesmo tempo, de responsabilidade”, sublinhou.

A poucos dias de viajar até terras de ‘nuestros hermanos’, isto porque ainda irá representar o Sporting CP este fim-de-semana, em jogo a contar para a 4.ª jornada do campeonato, Cátia não escondeu a emoção. “Nunca me passou pela cabeça receber este convite. Fiquei emocionada. Eu fui a escolhida em sete mas qualquer uma das minhas colegas tinha valor para estar no meu lugar. Vou jogar em nome do meu Clube e da minha equipa. Cada vez mais me identifico com os valores do Sporting CP. O mérito é de quem acreditou em mim”, concluiu.

Já Márcia Ferreira, sua treinadora e também coordenadora do gabinete paralímpico, referiu o sucesso do percurso percorrido em tão pouco tempo. “Conseguimos construir muito em apenas seis meses. Com este empréstimo, a Cátia poderá desafiar colegas do mesmo nível a chegar ao topo. Estamos a inovar. Claro que existem coisas que têm de ser corrigidas, contudo, trabalhamos para que surjam mais ‘Cátias’ e para que sejamos uma referência no goalball em geral e no goalball feminino em particular”, sublinhou. Por último, a técnica verde e branca explicou o que, na sua opinião, fez com que os ‘olhos’ estrangeiros tivessem ficado apontados para a líder da sua formação.

“Tem um sentido de responsabilidade enorme, dedica-se muito e evolui de dia para dia. Além disso, confia nas directrizes que lhe são dadas. No fundo, é uma leoa de corpo e alma”, vincou.