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Foto Mário Vasa

“O Sporting Clube de Portugal é uma família”

Por Luís Santos Castelo
31 Out, 2019

Madjer em entrevista ao Jornal Sporting

Eleito melhor jogador da história do futebol de praia pela revista francesa France Football, Madjer concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal Sporting. O internacional português e capitão da equipa Leonina falou sobre o passado, o presente, o futuro e a importância que o Sporting Clube de Portugal tem na sua vida pessoal e profissional.

Como se sentiu quando soube que a France Football o tinha escolhido como o melhor de sempre no futebol de praia?
Um amigo francês enviou-me a notícia e, ao início, não tinha a noção da dimensão e do impacto que viria a ter. Só percebi uns dias depois que era algo de grande prestígio. Olhando para estes anos que passaram, em que temos tentado que o futebol de praia tenha mais visibilidade, é, sem dúvida, um dos pontos altos. Estou grato por ser eu, mas sou só o rosto visível de tanta gente que trabalha no futebol de praia.

Sente-se uma referência no futebol de praia e no desporto em geral?
Acabo por sentir porque me é transmitido, principalmente, por gerações mais novas. Muitas vezes, colegas de selecção nacional e do Sporting CP dizem que me vêem como uma referência e alguns deles começaram a jogar futebol de praia por causa de mim. É um orgulho e, sem dúvida, é uma demonstração de que o meu trabalho tem vindo a ser bem feito e que há muita gente a tentar entrar na modalidade por causa de mim.

Vamos voltar ao início da carreira. O Madjer, como grande parte dos jovens, queria ser jogador de futebol, mas acabou por não acontecer. Ficou frustrado na altura?
Sim. Não posso esconder que fiquei triste por não ter continuado no futebol, que era o meu sonho. Mas há males que vêm por bem e o acidente de mota transformou completamente a minha vida. Se tivesse a oportunidade de voltar atrás e me dessem a escolher entre futebol de onze e futebol de praia, escolheria futebol de praia.

Qual foi o jogo mais especial que já teve?
Vou escolher dois. Em 2015 fomos Campeões do Mundo [de selecções]. Em 2001 já tinha sido muito bom, mas em 2015, como foi em casa, perante o nosso público, foi fantástico. O jogo da final contra o Taiti vai ficar marcado para sempre. Depois, em 2016, fomos campeões nacionais pelo Sporting CP. Tínhamos uma equipa montada à imagem do treinador que estava connosco. Pouca gente acreditava que aquela equipa pudesse ser campeã nacional e a verdade é que conseguimos.

Qual é a primeira memória que tem de Sporting CP?
Ui. [Pensativo] Tenho imensas memórias. O meu pai sempre me habituou a vir ao velhinho Estádio José Alvalade. Adorava o Paulinho Cascavel e queria ser como ele. A memória mais antiga que tenho é desses tempos, de vir para um Estádio José Alvalade completamente cheio e de vibrar com os golos do Paulinho Cascavel.

Qual foi o papel do Sporting CP neste caminho?
Agradeço ao Sporting CP porque fez uma aposta forte e séria na modalidade, para além de me ter aberto a porta de regresso [a Portugal]. Estive muitos anos a jogar fora, mas sempre com o intuito de, no dia que o Sporting CP se organizasse, jogar no Sporting CP. O Sporting CP apostou forte na modalidade e agradeço ao Clube por continuar a manter essa aposta. Sendo o meu Clube do coração, fico muito feliz.

O Madjer está sempre muito envolvido no universo Sportinguista. Qual é a importância de acompanhar as outras modalidades e estar envolvido na vida do Clube?
É a demonstração do que é o Sporting CP. O Sporting CP é um Clube ecléctico, é uma família. As modalidades são unidas. Apesar de o futebol ser um mundo ligeiramente à parte, é tudo Sporting CP. O que sinto é que quanto mais ligação existir entre todas as pessoas que fazem parte desta família, mais fortes ficamos. Individualmente, não conseguimos conquistar nada. Só grupos coesos é que chegam ao sucesso e o Sporting CP é prova disso. Todos os atletas das várias modalidades se conhecem e partilham ideias, os treinadores fazem o mesmo. Isso é uma demonstração do universo Sporting CP.

Gosta de sentir o carinho dos Sportinguistas quando é reconhecido?
Sim. E gosto também de transmitir que somos pessoas normais. Por vezes, os adeptos têm a ideia de que os atletas são intocáveis, mas gosto de demonstrar que somos todos iguais. Podemos ter contactos, conversas. Podemos trocar ideias. Sendo com pessoas do Sporting CP, melhor.

O que podem esperar os Sportinguistas do futebol de praia Leonino no futuro?
A mesma entrega, dedicação e busca de títulos. Sabemos que, nos últimos anos, temos falhado o título por pouco, mas, de qualquer forma, continuamos com o mesmo trabalho. Não prometemos títulos, mas prometemos sempre lutar por eles.

Leia a entrevista na íntegra na edição n.º 3752 (31 de Outubro de 2019) do Jornal Sporting.