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Foi bonita a festa, pá!

Por Juvenal Carvalho
06 Fev, 2020

Somos decididamente o exemplo inacabado de um clube ecléctico como nenhum outro

A tarde do passado sábado, dia 1 de Fevereiro de 2020, com um Pavilhão João Rocha ao rubro, não nos trouxe à memória uma frase batida, como muito bem cantava o também Sportinguista Sérgio Godinho no seu "Vagalume".

Trouxe-nos sim à memória o regresso do dérbi dos dérbis no basquetebol, um quarto de século depois, num pavilhão com um ambiente "à Sporting CP" a fazer as delícias dos dois milhares e meio de Leões que vibraram com uma estrondosa vitória sobre o eterno rival. Num ambiente único e que provou que os Sportinguistas não só gostam do Clube, como também do basquetebol, e que teve ainda a particularidade de muitos dos presentes no pavilhão nem serem nascidos aquando da extinção da modalidade em 1995, ainda mais impacto e brilhantismo teve.

Além do jogo, o Sporting CP provou que tem memória e que tem história. E decidiu homenagear, com plena justiça, o último director da modalidade antes da extinção. Edgar Vital, antigo jogador, treinador e dirigente, de quem eu tive o privilégio de ter sido seu braço direito anos a fio, e que é o homem que mais anos tem de basquetebol na história do Clube, foi galardoado. Estava dado o mote. Os comandados pelo coach Luís Magalhães também quiseram entrar na homenagem a esta lenda da modalidade. 

E sob o comando dos bases Ty Toney, Diogo Ventura e Francisco Amiel, com o cerebral e pendular James Ellisor, com o "monstro" Abdul Abu a varrer as tabelas, com os tão úteis quanto lutadores Cláudio Fonseca e João Fernandes, com o atirador Pedro Catarino, e com o 'one man show' Travante Williams a partir literalmente tudo, foi feita história muitos anos depois, com o reencontro em casa com o eterno rival a ser marcado por uma histórica vitória (81-75).

Se no início falei de Sérgio Godinho, para o fim parafraseio Chico Buarque, com o tão seu: "foi bonita a festa, pá".

Sobretudo aquela que foi a alegria daquele menino, que marcou um momento de televisão único, com foros de viral nas redes sociais, ao festejar o último cesto do Sporting CP no jogo, a bater com a mão do lado do coração e a mostrar o emblema de lágrima no olho. Só pela alegria daquela criança, bem como de outros jovens, mas sobretudo de todos os Leões presentes, e não só, valeu a pena.

Que esta tenha sido a primeira das muitas vitórias que este projecto bem conseguido nos tenha trazido. Uma certeza tenho: O Sporting CP precisava de ter basquetebol. O basquetebol precisava de ter o Sporting CP. Não é por acaso que somos, em ano de regresso, o clube com melhor média de assistências nesta modalidade.

Somos decididamente o exemplo inacabado de um clube ecléctico como nenhum outro. Ah, e não menos importante: O mais vitorioso, como diz a História. E que história tem o Sporting CP!