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Eu Sou

Por Miguel Braga *
16 Jun, 2020

“Eu Sou, pai! Desde que nasci”, diz-me o meu filho com alguma regularidade e com um orgulho verdadeiro de quem pertence a muito mais do que um Clube

Eu Sou Sporting, Sportinguista e Leão. Sempre o fui – e neste caso, sempre ter sido não tem qualquer vantagem sobre quem o é há menos tempo. Ou mesmo sobre quem começou noutro lado e acabou do lado certo do Desporto. Nestas coisas de Ser Sporting, o que interessa é mesmo o ser, o estar, o sentir o Clube como parte integrante da nossa vida e da nossa comunidade. A partir do momento em que o somos, sabemos que tudo mudou e que aquele é o primeiro dia do resto das nossas vidas. Ser Sporting é também viver o Clube de diferentes maneiras, é procurar saber um pouco mais sobre os nossos mais de 100 anos de História, é lutar com esforço, dedicação e devoção para atingir a Glória que todos desejamos e que o Clube, acima de tudo, merece.

Venho de uma família de Sportinguistas, de sentimentos passados entre gerações, de vivências e experiências de vitória, mas também de empates e derrotas, de lutas conjuntas e de passagem de testemunhos: o passar a cada nova geração esta vontade de Ser, de uma forma diferente de estar tanto no desporto como na Vida. No meu caso, lembro-me sempre de o Ser. Tenho fotografias de Leão ao peito quando ainda mal andava, vestido de equipamento completo um pouco mais tarde quando ainda alimentava sonhos de uma carreira de guarda‑redes, de cachecol e t-shirt na bancada, anos depois, na companhia de amigos ou com o meu pai e o meu irmão, os meus companheiros originais na estrada da vida do Sporting Clube de Portugal.

O meu filho nasceu logo pela manhã, perto das nove horas – há quase 13 anos, num calorento dia de Agosto. Como a mãe pertencia a outra cor clubística, combinei uma estratégia familiar para evitar confusões e traumas no futuro. Além disso, mal nasceu, olhei para ele e tive a certeza de que aquela era uma cara de Leão, de Sportinguista de pelo menos 5.ª geração. “Com licença”, disse, afastando ligeiramente o médico e a enfermeira de serviço para lhe tirar a primeira fotografia. “Nem chorou”, pensei, “é mesmo Leão!”. De facto, naqueles primeiros segundos de vida, deu-me alguma paz de espírito tirar aquela fotografia para a posteridade. Entre os parabéns de circunstância e a alegria do momento, enviei de forma subtil a fotografia para o meu pai, que naquela altura já se encontrava na secretaria do Estádio de Alvalade, com toda uma entourage para dar início ao processo. E foi assim, com esforço conjunto, dedicação paternal e a devoção de dois Sportinguistas, que proporcionámos o primeiro momento de Glória do meu filho com apenas três horas de vida: o cartão de sócio, com fotografia e tudo, do Sporting Clube de Portugal. “Eu Sou, pai! Desde que nasci”, diz-me com alguma regularidade e com um orgulho verdadeiro de quem pertence a muito mais do que um Clube.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal