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Mais Além

Por Pedro Almeida Cabral
13 Jan, 2022

Estamos em todas as competições que participamos e 2022 está aí novinho em folha para nos dar alegrias

Uma equipa não ganha quando ganha. Uma equipa só ganha quando ganha a si própria. Só vence quem se vence, como diz uma velha frase latina, que chegou, séculos depois, até nós. Atingidos por um anticiclone açoriano (e uma arbitragem descuidada), não fomos felizes no fim-de-semana que passou. Sabíamos que iria chegar o momento, mas nunca estamos completamente preparados para uma derrota da nossa equipa de futebol no campeonato. Porém, bem mais importante do que perder os três pontos, é saber que há que vencer esse mau jogo e ganhar os seguintes, aniquilando temores e espezinhando desconfianças.

Foi essa resposta que foi dada. Em campo, como tem que ser. Levámos de vencida o Leça FC por 4-0, avançando para as meias-finais da Taça de Portugal. Dirão que era uma equipa do quarto escalão. E que a obrigação era exclusivamente nossa, não se podendo pensar noutro resultado que não a vitória. São afirmações habituais em conversas futebolísticas, que sempre ouvi e vou continuar a ouvir. Mas que parece estarem muito distantes da realidade. A Taça de Portugal é fértil em surpresas e reviravoltas. É mesmo a mais competitiva competição portuguesa: em 81 edições, foi ganha 21 vezes por equipas que não são grandes. E nesta edição o Leça FC já havia eliminado duas equipas da Primeira Liga, o FC Arouca e o Gil Vicente FC, que segue, por sinal, em quinto lugar no campeonato. Parece sempre fácil quando se ganha. Sobretudo, com quatro golos de diferença. Mas quase nunca é.

Foi um Sporting Clube de Portugal reencontrado consigo próprio que disputou o jogo com os leceiros. Atitude, concentração e seriedade. Foram estes os ingredientes de uma exibição tranquila. De trás para a frente, destaco Feddal, bem regressado, que assinalou duas jogadas bem vistosas, com cortes providenciais. Esgaio, imune a polémicas e a críticas injustas e maldosas, provou que ninguém consegue quebrar a união desta equipa, participando em dois dos golos. Matheus Nunes continua a carregar a equipa, com discernimento e intensidade, marcando um golo e assistindo para outro. Por fim, Tabata, com um lance de génio no primeiro golo, entrando na diagonal na área adversária, como costuma fazer, e fazendo ainda o terceiro golo, esteve soberbo, a mostrar que a sua polivalência é crucial neste plantel.

Equipa que se venceu a si mesma com bom futebol e com Rúben Amorim novamente no banco. O nosso treinador bem disse que espera não faltar a mais nenhum jogo. Nós também. Estamos em todas as competições que participamos e 2022 está aí novinho em folha para nos dar alegrias. Com esta equipa, sabemos sempre que há mais além.