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Não se explica, sente-se!

Por Juvenal Carvalho
11 Ago, 2022

No passado sábado, estava eu na estação ferroviária de Campanhã, na cidade do Porto, onde me fui encontrar com o meu amigo Guedes, um Leão que muito sabe da história do Sporting Clube de Portugal, que tem muitos anos de Associativismo, de quem muito gosto humanamente, e toca o telefone. Do outro lado estava o Orlando Mendes, um antigo atleta das lutas amadoras e funcionário do nosso Clube há muitos anos. A notícia era triste. Ou o chamado dois em um no que toca à tristeza. Falou-me no meu bom amigo António Maia – desculpa, Maia, porque ainda não fui buscar aquela garrafa de vinho que tens para mim - que está a passar por uma fase difícil da sua existência em termos de saúde, e na morte nesse mesmo dia de Joaquim Vieira, um nosso antigo atleta Olímpico das lutas amadoras. 

Passado umas horas, ainda mal refeito, do choque, liguei eu para o Orlando e a conversa fluiu, com a história do Sporting CP - ele sabe-a como quase ninguém e viveu-a in loco - a ser tema de fundo, mas sobretudo de momentos por ambos vividos no nosso Clube.

As lutas amadoras, com Luís Grilo, os irmãos Eduardo e Fernando Ardisson e ainda o António Maia, bem como o antigo director da modalidade, o enorme jornalista e Leão Vítor Cândido - obrigado, Vítor, pelo que representas e pelo que nos ensinas Sporting CP na televisão do Clube, e sobretudo por seres uma enciclopédia viva do nosso Clube como, tentando descobrir outros, e existem vários que tanto sabem, só encontro em Mário Casquilho, um Senhor por quem me curvo sempre respeitosamente - foram o tema mais falado.

Mas porque, e sem vaidade, também eu vivi por dentro horas a fio no nosso Clube, alguns outros nomes vieram à baila. Falámos do grande fotojornalista António Capela, tanta ironia naquele talento inusitado para a arte de fotografar; do Vítor Ferrari, o único Leão de uma família que tinha no também saudoso Nuno Ferrari, seu irmão gémeo, o eterno rival no coração, do Fernando Cunha, do Viegas, o motorista do nosso futebol, do Honório Vieira, do Cardoso, da Dona Olinda e do Sr. Miguel, os pais da Luísa Rodrigues, a funcionária que literalmente nasceu dentro do estádio onde viveu parte significativa da sua juventude, do Jorge Sousa, da Eugénia da secretaria, da Alda, da Amália, do Neto, do Vítor Sério, da Paula Polido, que trabalha hoje no Museu, das antigas telefonistas da Porta 10-A, a D. Sofia e a D. Lurdes, do Guimarães, porteiro da 10-A, da D. Leonor Roque, do Jornal, do Tó que é hoje funcionário e que começou no Leo Burger, na central do antigo estádio, e de tantos e tantos outros funcionários do 'nosso tempo', bem como a troca de fotos com antigos atletas na casa do eterno Presidente João Rocha.

Aquele que foi um telefonema inicial sob o signo da tristeza, serviu também, e na tentativa de afogar as mágoas, para recordar. E que recordações vivemos. O Sporting CP foi - é, e continuará a ser - um elo que nos unirá ad eternum.

Disse um dia António Oliveira que 'Por cada Leão que cair, outro se levantará'. Já partiram tantos e tão significativos e o Sporting CP continua vivo e de saúde. Outros ainda irão nascer e dar continuidade a esta história, hoje com 116 anos, que não tem paralelo.

É tão bom recordar momentos vividos na nossa "casa". Ser do Sporting CP é tanto isto. Amigos para uma vida. Uma paixão eterna pelo símbolo.