Ibadan é a cidade com maior área geográfica da Nigéria. Uma daquelas cheias de casas, coladas umas às outras, e cheia de crianças com espaço para brincar na rua, como já pouco se vê por Portugal. Bode Abiodun foi uma dessas crianças e, mesmo sendo filho de pai futebolista, sempre preferiu seguir as pegadas da mãe, jogadora de ténis de mesa. “A Nigéria é um país com tradição nesta modalidade e é para aquilo que tenho talento’’, garante, apesar de, entre sorrisos, adiantar que também podia ter sido jogador de futebol. Daí até então nunca se coibiu de sonhar nem de traçar metas altas.
Quando questionado sobre se algum dia ambicionara chegar a Alvalade, é claro: “O Sporting... o Sporting está aqui [aponta para o braço em cima], é conhecido em todo o Mundo, pelo futebol e pelas modalidades, é o melhor lugar para estar”. O caminho desde Ibadan não se imaginava simples, mas a verdade é que um Open de Lisboa lhe abriu as portas da cidade – que já considera a sua, e onde já foi pai de um menino que também já é jogador de ténis de mesa – ainda que, na altura, não tenha sido através do clube ‘leonino’. Hoje, Abiodun divide o foco entre o Clube e a preparação para os Jogos Olímpicos. Aos 35 anos, o atleta ‘verde e branco’ chega ao maior palco da sua carreira... e com ambições altas.
“O objectivo é a medalha, mesmo que de bronze, é uma medalha que desejamos’’, afirma, acrescentando: “O Sporting o Clube indicado para evoluir, com colegas com muita qualidade que me fazem ser melhor’’. Consiga ou não a medalha, Bode Abiodun expressa genuinamente a felicidade de ter conseguido em Lisboa muito do que sonhara, há anos, ainda em Ibadan. Agora falta-lhe o Rio de Janeiro e não é coisa pouca.