A jovem ‘leoa’ habituou-se desde pequena a lidar com a pressão e com as mudanças de ares: aos 14 anos, saiu de Cucujães e foi viver para Lisboa com os tios. Uns anos depois, já dividia casa com uma amiga e rendia-se à capital. “Sou apaixonada por Lisboa”, garante. Iniciara-se no Núcleo de Atletismo de Cucujães, embora sem deixar a modalidade de que então mais gostava – a ginástica. Ganhava habitualmente os corta-matos na escola e daí que insistissem com ela para experimentar a modalidade. Acabou por fazê-lo e por se tornar velocista, chegando mesmo a ser apurada para a final nacional do Mega Sprint, no Algarve. Mas como era única na sua escola e o seu professor não a acompanharia, os pais não autorizaram a sua deslocação.
Chegada a Lisboa, recusou ir para o Benfica e escolheu juntar-se aos ‘leões’. “O meu pai e o meu avô são do Sporting CP. Para além disso, o Clube tem uma história muito grande em escolas de atletismo. São muito bons na formação e era isso que eu pretendia”, explica a atleta. Cátia Azevedo conquistou dois títulos no Campeonato de Portugal e de Esperanças de Pista Coberta e fez cair um recorde nacional de Sub-23 dos 400 metros. “Não estava à espera, até porque a preparação que tenho feito com o meu treinador visa mais a época ao ar livre”, confessou a ‘leoa’ de 21 anos, filha e neta de Sportinguistas ferrenhos. “Apesar de ser ainda muito nova, praticamente comecei no Sporting CP e quero sempre muito ajudar a ganhar títulos. O atletismo é um desporto individual, mas tenho um grande orgulho em ajudar o Clube a aumentar o seu palmarés”, revelou a atleta natural de Oliveira de Azeméis que divide o seu coração entre o atletismo e o curso de enfermagem.
Em 2014, esteve presente nos Campeonatos da Europa de Atletismo que se disputaram em Zurique e no ano seguinte marcou presença nos Europeus de Sub-23. Em 2015 foi Campeã de Portugal nos 200 metros e nos 400 metros, em pista coberta, acumulando esses títulos aos do escalão de Sub-23, e em Julho voltou a ser campeã de Portugal nos 400 metros, mas ao Ar Livre. Em 2016 teve o melhor ano da carreira (pelo menos, até agora): além dos títulos individuais de campeã nacional, contribuiu para os triunfos da equipa feminina no Campeonato Nacional de Pista Coberta e na Taça dos Clubes Campeões Europeus. Ao mesmo tempo, conseguiu bater o recorde nacional dos 400 metros no Meeting de Madrid, com a marca de 51,63 (antes, em Fevereiro, já tinha estado na equipa que estabeleceu um novo máximo na estafeta de 4x400 metros). Terminou também os 400 metros do Campeonato da Europa, em Amesterdão, no 12.º lugar, antes de contribuir com triunfos nos 400 e nos 800 metros para mais um título da equipa feminina no Campeonato Nacional de Clubes de Pista, em Setúbal.
O Sporting CP tem nos seus quadros uma futura enfermeira com o verdeiro sangue ‘leonino’ que vai afiando as suas garras para os Jogos Olímpicos de 2016.