Sílvia começou na ginástica rítmica aos sete anos, mas foram os trampolins que lhe aceleraram o coração. Tinha acabado de entrar na AA Espinho por intermédio de uma captação na Escola n.º 1 de Espinho, onde estudava, quando, pela primeira vez, viu crianças como ela a saltar nos trampolins. A imagem colou-se à sua cabeça e teve de a perseguir, iniciando uma carreira que a catapultou para o sucesso e que elevou ainda mais o nome do Sporting na ginástica, modalidade fundadora do Clube. Pelo meio, ainda fez ballet, natação e praticou clarinete no Conservatório de Música no Porto, influenciada pelos pais, ambos músicos.
Sílvia já perdeu a conta às medalhas que conquistou ao longo da carreira. Entre campeonatos nacionais, destacam-se os títulos mundiais e europeus, entre outras subidas ao pódio em grandes provas internacionais, quase todas na disciplina de duplo mini trampolim.
Determinada como é, conseguiu terminar a licenciatura em Economia e o mestrado em Gestão, conciliando os deveres académicos com as exigências dos treinos. Tal como a vida em geral, também a carreira de um atleta é feita de escolhas. A última grande escolha aconteceu no Europeu de trampolins de 2014, em Guimarães - seria a sua última prova no duplo mini-trampolim, a disciplina que mais a celebrizou no mundo da ginástica. A escolha foi feita com uma meta na cabeça: os Jogos Olímpicos. Como duplo mini não é disciplina olímpica, Sílvia optou por se dedicar apenas ao trampolim para poder cumprir o sonho de estar na maior prova desportiva do Mundo. Claro que antes da retirada fez história: foi campeã europeia de duplo mini-trampolim por equipas, medalha de bronze individual no mesmo aparelho e assegurou, por equipas, um apuramento histórico e inédito para a final de trampolim.
O sonho olímpico mantém-se e é com Tóquio no horizonte e muita experiência e determinação na bagagem que Sílvia Saiote encara o que resta do ciclo olímpico.