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Foto José Cruz

"Somos a única direcção nos últimos 10 anos a dar património ao Clube"

Por Jornal Sporting
04 Fev, 2018

Bruno de Carvalho tomou a palavra na Assembleia-Geral do Sporting CP para apontar o dedo aos críticos, apresentar as contas do mandato e pedir mudanças na vida do Clube

Resolvidos os problemas logísticos da Assembleia-Geral do Sporting CP, que levou quase 800 Sócios leoninos ao Multidesportivo de Alvalade, o Presidente Bruno de Carvalho subiu a meio da tarde ao palanque para tomar a palavra, já depois de Jaime Marta Soares (presidente da MAG) ter dado o pontapé de saída nas hostilidades.

“Tinha prometido que iria fazer em Janeiro uma Assembleia-geral para fazer a distinção entre Sportinguistas e ‘aziados’, mas não deu por causa de uma intervenção cirúrgica que tive de realizar. Para não gastar dinheiro do Clube, seriam também apresentadas as contas consolidadas e um Relatório de Sustentabilidade do Grupo Sporting. Depois, o Conselho Fiscal e Disciplinar apresentou uma série de questões para fazer o seu trabalho melhor e nós fizemos o nosso trabalho. E acabámos mais ou menos na altura do empate do V. Setúbal. Não sabia que íamos ganhar a Taça da Liga e que estaríamos em primeiro. Para os heróis do teclado, não sou o Nhaga...”, começou por dizer o líder leonino, destacando ainda as conquistas europeias do Clube, assim como a criação do Pavilhão João Rocha.

De seguida, recordou as 'batalhas' contra os fundos e a questão do vídeo-árbitro, virando-se prontamente para as questões internas: "É um clima de conspiração constante. Dos rivais, já nem me importam. Mas as minas internas são muito perigosas. ‘Ditadura’, dizem eles, ‘Hitler’, ‘norte-coreano’, ‘quer ficar para sempre no Clube’, ‘usa os ecrãs do clube e usa o Facebook do Clube’, ‘dá-se mal com os atletas’, depois no vídeo vês que dá-se bem, é um palhaço...", enumerou, prosseguindo no discurso: "Chegaram a perguntar-me se a venda do Jonathan Silva [transferido para a Roma] era uma burrice, se dava direito a processo disciplinar... parece que andamos a brincar. Vamos dar aqui alguns exemplos: Pedro Madeira Rodrigues, está aqui...", afirmou, visando o antigo candidato às eleições do Clube (2017).

"Não podemos ter os estatutos como temos neste Clube se queremos justiça. Hoje é o dia em que vou ser eu adizer 'basta!'. Vamos ver quem quer a 'lei da rolha', se é o Presidente ou outras pessoas. Sobre isso falarei mais à frente, sem transmissão televisiva", frisou, indo mais longe. "Peço à mesa se durante os trabalhos é possível fazer essa votação [de forma a saber se os insultos que lhe são feitos podem resultar em infracções]. Desde chamarem-me drogado, a palhaço, tudo... Os Sportinguistas dirão de sua justiça, se isto deve configurar ou não causa de processo disciplinar. Quem define são vocês, nós só propomos. Aqui é o órgão onde deve haver pluralidade e debate", explicou, retomando o tema.

"Um Sócio que leve processo disciplinar pode ser punido… Isto é anti-constitucional… Vamos sair dos aziados para aqueles que pensam pela sua cabeça… Não se esqueçam que também vamos estar sob alçada deste regulamento disciplinar e deste estatutos. Diz lá que podemos fazer tudo? Uma pessoa ofende, rouba o nosso Clube, tem um processo, deixa de ser Sócio, acabou o poder disciplinar. A pessoa passados uns dias pode fazer-se Sócio outra vez… Tinham chegado aí ou não? É justo que um indivíduo faça mal ao Clube, deixe de ser Sócio e passados uns dias seja outra vez porque prescreveu?!", questionou o Presidente Bruno de Carvalho, passando em revista os vários pontos em debate na AG verde e branca.

"Somos a única direção nos últimos 10 anos a dar património ao Clube. A única! Já construímos um pavilhão, nenhum terreno é um baldio... Tudo é possível de aproveitar. Vamos fazê-lo e ganhar dinheiro para o Clube. Onde estavam os campeões do teclado nos últimos 20 anos?", voltou a questionar para uma grande salva de palmas. Depois, uma garantia: "Quero aqui ficar, enquanto achar que sou uma mais-valia para o Clube. Querem que saia? É hoje! Tirem-me daqui!", referiu, contando com mais uma salva de palmas dos inúmeros Sócios presentes no Multidesportivo. "Como associado do Sporting CP só quero responsabilização", acrescentou.

Outro dos temas abordado foi o novo regulamento disciplinar proposto: “As alterações no Regulamento Disciplinar são vitais para tornar o Conselho Fiscal mais eficaz e eficiente. Em relação às contas consolidadas: o activo regista um aumento de 91 milhões e o passivo aumenta 55 milhões, onde cerca de 15% tem a ver com aumento dos fornecedores e dos deferimentos com uma redução de dívida bancária de seis milhões. O capital, apesar de negativo, recupera 36 milhões face ao ano anterior. Na demonstração de resultados verifica-se um crescimento em todas as linhas e o volume de negócios atingiu um valor recorde de 172 milhões. Acabámos este mandato com um agregado positivo de 20 milhões e destaco: melhoria do fundo de maneio em cerca de 42 milhões, redução da dívida líquida bancária em cerca de 82 milhões, aumento do activo em 93 milhões e redução do passivo em 33 milhões, melhoria dos capitais próprios em 126 milhões e maior volume de negócios da história do Sporting CP. Vamos para a Assembleia e vamos ver quem quer a lei da rolha”, concluiu, num discurso de aproximadamente uma hora.