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Foto José Cruz

Arrancou o III Seminário de Optimização do Rendimento Desportivo

Por Jornal Sporting
16 Out, 2018

Psicologia debatida no primeiro dia do evento, com o apoio de Miguel Albuquerque, Paulo Sousa e Dora Ferreira

O Auditório Artur Agostinho abriu portas para acolher, pelo terceiro ano consecutivo, o Seminário de Optimização do Rendimento Desportivo, organizado pelo Gabinete Olímpico do Sporting CP. Com a presença de Miguel Albuquerque, director-geral das modalidades, o primeiro dia foi destinado à temática da psicologia, mais concretamente, à importância das emoções no desporto: diferenças entre desportos individuais e colectivos.

“É um momento importante de partilha entre todos, de enriquecimento dos nossos técnicos e atletas. É um momento de partilha de conhecimento entre as variadas modalidades e, olhando para esta plateia, com atletas e técnicos, já faz valer a pena organizar este evento. As temáticas aqui abordadas são de todo o interesse para todos aqueles que, durantes estes três dias, vão passar aqui”, começou por dizer o director-geral das modalidades.

Num dia dedicado à psicologia, Miguel Albuquerque aproveitou para destacar a importância deste factor no desempenho dos atletas. “Ganhar, atingir medalhas e boas marcas. Muitas das vezes só vemos o produto final e, para lá chegar, é preciso um conjunto de factores que nos levam ao sucesso. Espero que sejam três dias de partilha de conhecimento e que daqui a três dias as pessoas possam dar por bem empregue o tempo que passarem neste auditório”, terminou.

Numa apresentação baseada em exemplos práticos aplicados nas equipas de hóquei em patins, futebol de praia, atletismo, andebol, natação e judo, Paulo Sousa, pós-doutorado em Ciências do Desporto e psicólogo de desporto no Gabinete Olímpico do Sporting CP, fez um balanço entre os desportos colectivos e individuais. “Quando falamos de emoções, falamos de tudo. Tudo é emocional. Não é possível dividir a emoção da razão. António Damásio considera que primeiro existo, logo penso”, afirmou.

Enquanto que no desporto individual se remete para um processo de acção em que o atleta está isolado em si mesmo (ginástica) ou acção/reacção – atleta versus adversário (ténis ou judo) -, o desporto colectivo remete para a coesão de grupo de um processo de interação entre o atleta e os restantes colegas de equipa e, posteriormente, reacção face aos adversários.

De acordo com Paulo Sousa, este ‘contrato psicológico’, que interfere directamente nas vitórias e nas derrotas, pode ser trabalhado através do estabelecimento de uma relação de pura confiança, base científica (prática sem teoria é pura demagogia), criatividade, inovação e imaginação.

Assim sendo, com os objectivos estipulados – realistas, atractivos, difíceis, mas alcançáveis, precisos e desafiantes –, acaba por ser fundamental trabalhar na área emocional e a impulsividade dos atletas para conseguir corrigir e antever aspectos negativos.

De forma a sustentar a teoria anteriormente descrita, Dora Ferreira, mestre em psicologia do desporto e exercício e colaboradora do Gabinete Olímpico leonino, apresentou o tipo de programas para conseguir controlar as emoções dos atletas.

Através da gestão a nível de gabinete e treino integrado, as actividades diárias são monitorizadas para conseguir identificar o problema e qual a melhor forma de o corrigir, contrapondo, assim, emoções versus sucesso.

Por fim: “Se tiver sucesso, sou feliz? Não. A fórmula mágica é: se sou feliz, maior é a probabilidade de ter sucesso”, terminou.