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Foto Mário Vasa

Nutrição e preparação física discutidas em Alvalade

Por Jornal Sporting
17 Out, 2018

Com a presença do Presidente Frederico Varandas, o segundo dia do III Seminário de Optimização do Rendimento Desportivo ficou marcado pela troca de ideias ligadas à nutrição e à preparação física

Para assinalar o segundo dia do III Seminário de Optimização do Rendimento Desportivo, organizado pelo Gabinete Olímpico do Sporting CP, dedicado à nutrição e preparação física, o Presidente Frederico Varandas, antigo Director Clínico do Clube, fez questão de marcar presença para analisar a importância da medicina desportiva na alta competição.

“Fui uma das várias pessoas que contribuiu na génese deste Gabinete Olímpico. É preciso estudar muito, ser competente e estar sempre actualizado. Se disser que era o mesmo médico de há quatro anos atrás, é mentira. Estar, procurar e melhorar, foi o que eu, enquanto Director Clínico, sempre tentei passar para os outros médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, fisiologistas e nutricionistas. Hoje em dia, trabalhar com um atleta de alta competição exige isto: estar bem muito informado”, começou por dizer.

No terceiro ano consecutivo de seminário, Frederico Varandas assumiu procurar, cada vez mais, uma união entre todas as modalidades. “Havia um Sporting CP do futebol e outro das modalidades. Hoje, enquanto Presidente, tenho ainda mais responsabilidade e quero, com a realidade do Clube, criar cada vez mais condições para que haja um maior rendimento desportivo. Fui atleta desta casa e de uma modalidade. Fico contente de hoje existir um departamento médico transversal, capaz de actuar em todas as modalidades”, afirmou, prometendo: “Eu e a minha equipa vamos fazer o máximo para terem cada vez mais condições”.

Subdividido em duas grandes temáticas, dentro do tema nutrição e preparação física coube a Leonor Loureiro, nutricionista do Sporting Olympics e do plantel sénior das modalidades, e a João Lopes, nutricionista do Sporting CP e coordenador do departamento de nutrição do Clube, aprofundarem a alimentação: o pré, o pós e o durante a performance.

Tomando a palavra, João Lopes ficou encarregue de explicar, a todos os atletas e técnicos presentes das várias modalidades, o significado e o porquê de existir uma diferenciação de alimentação para cada parte do dia e quais os objectivos subjacentes. “Muitos dos atletas começam o treino desidratados. Não prejudica apenas a velocidade, mas também a capacidade de coordenar e o défice no desempenho motor”, revelou.

Descrevendo o que se pretende evitar com estas decisões, Leonor Loureiro referiu que o principal objectivo passa por retardar a fadiga, evitar a desidratação, maximizar o rendimento desportivo e diminuir a destruição muscular. Fazendo uma abordagem à alta competição, aproveitou para aconselhar o tipo de cuidados a ter ao longo de seis dias, entre cinco a três dias e dois dias antes da competição, variando na quantidade de proteína.

No segundo grande tema da monitorização da carga de treino – indicadores de apoio ao controlo de qualidade/quantidade -, Rui Pires, elemento da equipa de apoio ao alto rendimento desportivo dos atletas enquadrados pelo Gabinete Olímpico, aproveitou, com o apoio presencial de Carlos Cruchinho e Alexis Santos, treinador e atleta de natação, respectivamente, para exemplificar esta área.

“Como é que conseguimos quantificar o treino que fazemos ao treino específico da modalidade?”, começou por lançar Rui Pires. “Desde o dia 11 de Janeiro para cá que se fez um trabalho de treino de força para responder a uma qualidade especifica. Fizemos cerca de 60 sessões com o Alexis, para termos uma previsão a cada duas semanas para aquilo que ia acontecendo”, revelou.

Para fundamentar, Carlos Cruchinho descreveu um pouco esta cooperação, com vista a evitar o máximo de lesões dentro do plantel de natação. “A possibilidade de trabalharmos em conjunto surgiu de várias necessidades e devido a uma recuperação que o Alexis tinha de fazer. Fazemos entre nove e 10 treinos por semana, todos os treinos da tarde são de duas horas de água e uma de ginásio. Aquilo que procuramos não é a repetição ou a busca de mais capacidade fora de água, mas de um equilíbrio. Essa hora que utilizamos fora de água, serve para tentar compensar o desgaste que a modalidade provoca. Desde que começámos a fazer isso, o número de lesões diminuiu muito”, relatou o treinador leonino.

Por fim, também Alexis Santos transmitiu a sua opinião relativamente a esta monitorização especializada. “Isto começou porque sentimos que, ao fim de tantos anos de trabalho juntos, e com muitas coisas a correr bem, começámos a pensar que havia um campo que não estava a correr como queríamos, que podia ser melhor. Era algo que me faltava. Quando ia competir lá fora, comparando com os outros atletas, apercebia-me dessas discrepâncias. O ano passado foi positivo, mas queremos mais”, terminou.