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'Leões' de gala mantêm a chama no Dragão

Por Jornal Sporting
30 Abr, 2016

Triunfo por 3-1 frente ao FC Porto com uma exibição de (verdadeiro) campeão

O Sporting CP venceu hoje no Estádio do Dragão o FC Porto por 3-1, num encontro a contar para a 32.ª jornada da Liga NOS que quebrou um jejum de triunfos no reduto ‘azul e branco’ para o Campeonato que durava desde 2007, quando um golo de Rodrigo Tello fez toda a diferença. Slimani, com um ‘bis’, e Bruno César materializaram um jogo de grande personalidade, qualidade e inteligência do conjunto ‘verde e branco’, que foi melhor em todos os adeptos e justificou (de novo) a candidatura ao merecido título.

Os ‘leões’ entraram melhor, com muita personalidade na forma de assumir o jogo e sem medo de ter posse a jogar no terreno adversário. Assim, foi com naturalidade que, logo aos cinco minutos, João Mário teve a primeira oportunidade flagrante da partida, beneficiando de um remate de William de ressaca prensado na defesa visitada para, em frente a Casillas e sem oposição, encostar por cima. O FC Porto não tinha sequer passado ainda do seu meio-campo em posse, o que mostrava bem a capacidade ‘leonina’ de condicionar a saída de bola dos ‘dragões’. Ainda assim, aos sete minutos, os visitados conseguiram fintar bem a defesa subida do conjunto ‘verde e branco’ explorando o adiantamento vindo de trás de José Angel na esquerda, que cruzou para a primeira chance do adversário com Herrera a encostar na área ao poste.

Enquanto o jogo colectivo do Sporting CP permanecia fiel aos princípios dominantes desde o início da temporada (agora, de forma mais oleada), com qualidade de posse, controlo no corredor central, desequilíbrios entre linhas e velocidade nas laterais, cedo se percebeu que o FC Porto estava muito apoiado em duas unidades em específico: Danilo, na primeira fase de construção, e Herrera, como unidade capaz de criar desequilíbrios posicionais nas zonas entre a defesa e o sector intermédio do conjunto orientado por Jorge Jesus. Assim iam passando os minutos, com uma partida repartida mas um maior ascendente ‘verde e branco’, numa postura mais adulta de controlo sabendo bem definir todos os momentos de jogo, mesmo quando não estava em posse.

Aos 17 minutos, em mais uma jogada de envolvimento com futebol apoiado, Adrien viu Bryan Ruiz numa boa desmarcação de ruptura mas, já na área, Danilo foi mais rápido a cortar para canto. No seguimento do lance de estratégia, o costa-riquenho centrou para o coração da área onde Slimani, mais alto, cabeceou para defesa segura de Casillas. Logo na resposta, numa segunda bola perdida na área, Aboubakar atirou com muito perigo ao lado naquele que foi o segundo susto para a baliza à guarda de Rui Psatrício.

A partida estava animada, movimentada e agradável de seguir. Faltavam... os golos. E já se sabe – quem tem um goleador como Slimani e unidades criativas como João Mário tem quase tudo. Foi dessa forma que, aos 23 minutos, os ‘leões’ se adiantaram no marcador, com o internacional português a ganhar bem na direita e a cruzar para o desvio do argelino na zona de matador. Era por ali, por aquele corredor direito, que se abria o caminho para melhor atacar e, nove minutos depois, um lance tirado a papel químico mas com Schelotto na assistência viu o desvio do número 9 ‘leonino’ desviado por instinto pelo guarda-redes espanhol. No entanto, e contra a corrente do jogo, seria o FC Porto a chegar ao empate: na sequência de uma falta evidente sobre Schelotto na área não assinalada, Brahimi partiu para o 1x1 com Coates e Artur Soares Dias assinalou um alegado contacto (que havendo nunca seria suficiente para tamanha peça teatral). Héctor Herrena não perdoou e, aos 35 minutos, enganou bem Rui Patrício para o 1-1.

O Sporting CP acusou um pouco o golo, não tanto na parte defensiva (um remate de Herrera isolado numa boa desmarcação vindo de trás foi a excepção) mas na capacidade de sair com a mesma fluência como tinha feito até aí. No entanto, essa percepção acabou por ser o maior erro portista, que se esqueceu da capacidade ‘verde e branca’ de ‘inventar’ oportunidades de golo: no seguimento de um lançamento lateral, Bryan Ruiz encontrou espaço para cruzar da esquerda para Slimani, de cabeça, fazer o 2-1 em cima do intervalo completamente solta na área para definir com classe.

O segundo tempo começou de novo com a corda nova: logo aos 46 minutos, numa boa saída, Slimani não viu Teo Gutiérrez em melhor posição e atirou de fora da área para defesa fácil de Casillas; na resposta, aproveitando uma bola perdida num lance confuso já na área, foi Maxi Pereira a obrigar Rui Patrício a uma intervenção de recurso ‘à queima roupa’. Pouco depois, aos 51 minutos, no seguimento de uma falta no mínimo ‘estranha’ e quando Slimani estava no chão a pedir assistência há algum tempo, Sérgio Oliveira acertou na trave de livre directo, naquele que foi sobretudo um ‘aviso’ para os visitantes.

A partir desse lance, e lendo bem as dificuldades que o FC Porto sentia na primeira fase de construção quando pressionado, os ‘leões’ assumiram de novo o comando do jogo e tiveram um largo período onde o 3-1 parecia ser uma questão de tempo. Aliás, foi com a maior das naturalidades que as oportunidades iam surgindo (e sendo desperdiçadas): aos 57 minutos, Coates cabeceou pouco ao lado no seguimento de um canto; no minuto seguinte, o remate de Adrien passou também longe do alvo; aos 64’, no seguimento de mais uma transição ofensiva bem desenhada, João Mário atirou para defesa de Casillas; e, a 20 minutos do fim, foi de novo o guardião espanhol a evitar o ‘xeque-mate’ com uma parada fabulosa a cabeceamento de Slimani que Coates, na recarga, chutou por cima.

A entrada de André André para o meio-campo devolveu alguma ordem ao jogo portista, que ficara partido com a intenção táctica de colocar um esquema de três unidades no sector recuado em posicionamento ofensivo (recuo de Danilo e subida mais denunciada dos laterais). No entanto, apenas de livre os visitados voltaram a dar sinal, com Herrera a bater com perigo mais um livre em zona próxima da área ‘leonina’ (74’). José Peseiro apostou tudo na entrada de André Silva, que se juntou a Aboubakar no eixo do ataque, mas até aqui o Sporting CP foi mais forte: numa boa saída rápida de João Mário (e aqui uma parênteses: que jogador formidável que é hoje o médio formado na Academia), Bruno César entrou na carreira de tiro e atirou forte para o 3-1 aos 85 minutos, apesar do desvio de Iker Casillas insuficiente para anular o golo ao brasileiro que estava em campo desde os... 81’. Foi a explosão total no Dragão e o ‘convite’ para... a debandada geral.

Com este resultado, o Sporting CP reforçou o segundo lugar com 80 pontos, a dois do Benfica. Na próxima jornada, os ‘encarnados’ deslocam-se à Madeira para uma sempre complicada partida frente ao Marítimo, ao passo que os ‘leões’ recebem o V. Setúbal.