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Ainda se lembram como foi no Algarve em 1985?

Por Jornal Sporting
16 Fev, 2016

Reportagem no Jornal Sporting sobre a vitória individual e colectiva dos 'leões'

Um Clube sem memória é um Clube sem história e não há forma mais correcta de empregar este adágio do que aplicando-o ao ciclismo ‘leonino’, sobretudo em vésperas do arranque desta nova aventura que promete ser histórica do Sporting CP/Tavira. Amanhã, quando as camisolas ‘verde e brancas’ voltarem às estradas na prova nacional que reúne alguns dos melhores corredores do Mundo, como Alberto Contador, Purito Rodríguez, Fabio Aru, Thibaut Pinot, Tom Boonen, Fabian Cancellara ou Michal Kwiatkowski, é mais do que uma equipa que está de regresso – é um sem-fim de capítulos de glória que se reaviva (com Joaquim Agostinho à cabeça), é a razão de ser da rivalidade com o Benfica que renasce (nos míticos duelos entre Alfredo Trindade e José Maria Nicolau), é o símbolo de quem já foi gigante entre os gigantes da modalidade (como Paulo Ferreira, quando venceu uma etapa do Tour). Os ‘leões’ somam mais de 150 títulos na modalidade entre estrada e pista, entre os quais 13 vitórias colectivas e nove individuais na Volta a Portugal. Mas também na Volta ao Algarve já fizeram história: Joaquim Fernandes ganhou a edição ‘experimental’ de 1936 (que hoje não é ‘homologada’, porque se conta apenas a partir de 1960), ao passo que Eduardo Correia foi o único ciclista a ganhar na ‘era moderna’ (1985) numa prova onde só houve ‘verde e branco’ na estrada.

Ponto prévio: não existe qualquer tipo de comparação entre aquilo que se passou há três décadas e o que vai agora acontecer. Exemplo: na altura correram sete equipas portuguesas e três estrangeiras (Yoplait de Espanha, ANC Holliday Miltours de Inglaterra e Peugeot de França), agora existem seis nacionais e 18 (!) estrangeiras, com mais do dobro dos participantes; depois, a prova realizou-se com quatro meses de calendário (final de Abril e início de Maio), ao passo que agora será a primeira do ano para conjuntos como o Sporting CP/Tavira; por fim, tinha oito etapas, algumas divididas por manhã e tarde, enquanto que agora existem apenas cinco. Um sem-número de distinções que nem por isso tira brilho à fabulosa campanha ‘leonina’ em 1985, onde a equipa dominou por completo os 686 quilómetros da corrida desde a primeira etapa, entre Pedras da Rainha e Olhão, onde Fernando Fernandes só perdeu ao sprint com o inglês Phil Thomas.

Curiosamente, foi em Fóia – onde termina a etapa chave de 2016 – que Eduardo Correia, apesar do triunfo de Joey McLoughlin, passou a envergar a camisola amarela, tendo Marco Chagas ficado em segundo a dois segundos e António Alves em quinto a 27 segundos. Seguiram-se mais vitórias individuais em etapas de montanha, contra-relógio e decididas ao sprint (com a nuance de, na quinta etapa, ANC Holliday Miltours e Boavista não terem alinhado em sinal de protesto com o afastamento de dois corredores que tinham trocado agressõs na etapa matinal...) até São Brás de Alportel, onde a então equipa do Sporting/Raposeira subiu ao pódio para arrecadar todas as camisolas: amarela para Eduardo Correia, montanha para Marco Chagas, metas volantes para Paulo Ferreira, metas volantes/turismo para Carlos Santos e geral por equipas com os desempenhos de Eduardo Correia (1.º da geral), Marco Chagas (2.º), António Pinto (5.º), Alberto Leal (7.º), António Alves (8.º), Fernando Fernandes (9.º), José Xavier (10.º), Alexandre Ruas (14.º), Carlos Santos (16.º) e Paulo Ferreira (18.º). De lá para cá, após longo tempo de inactividade, ainda há alguns pontos de contacto com a nova realidade e uma curiosidade: Vidal Fitas, director desportivo do Sporting CP/Tavira, recorda-se bem da etapa de consagração. “Não consegui ficar bem ao pé da meta mas recordo-me bem da última etapa porque o Eduardo Correia, que venceu esse contra-relógio, furou e caiu perto da meta. Aliás, até passou a meta com um dos pneus furados!”, recorda.