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A História das Camisolas

Muita coisa mudou em Portugal e no Mundo entre os finais do século XIX e os dias de hoje. Em 1892 usou-se pela primeira vez uma rede (de pesca) presa à madeira das balizas de futebol para dissipar dúvidas sobre os golos; hoje, o futebol é o espectáculo mais universal, que move mais dinheiro e seguramente aquele que mobiliza o interesse de maior número de pessoas em todos os continentes.

Ao longo de toda a sua história, o Sporting tornou-se numa poderosa marca portuguesa, europeia e mundial, evoluindo sem descanso mas mantendo-se fiel aos nobres princípios desportivos que nortearam a sua fundação. Essa fidelidade é patente no ‘amor à camisola’ que lhe devotaram os seus fundadores e, que hoje em dia milhares de atletas se identificam com a mística depositada nesta centenária camisola.

O início da camisola, mais propriamente camisa, ao tempo do Sport Club de Belas, o precursor do Sporting Clube de Portugal, começou por ser branca, sobre calções azuis. A mesma cor branca transitou para o Campo Grande Football Club e posteriormente para o Sporting Clube de Portugal.


Campo Grande F.C, em 1904, com as camisas brancas

 

Na época 1908/1909 mais exactamente no dia 25 de Outubro, no campo da Feiteira, o Sporting Clube de Portugal apresentou as primeiras dez camisolas de futebol expressamente feitas em Inglaterra. Eram bipartidas na vertical em verde e branco, em conjunto com calções brancos. Tinham as iniciais do Clube bordadas a prata sobre o bolso preto e o leão que, desde então, identificou o Sporting. A iniciativa partiu do fundador Eduardo Quintela de Mendonça.

Este equipamento leonino era constituido por camisola bipartida verde e branca, hoje comercialmente conhecida por equipamento ‘Stromp’ em homenagem a um dos seus principais fundadores, Francisco Stromp, e calção branco, passando os calções, em 1915, a ser pretos. As camisolas verdes e brancas bipartidas eram muito vistosas, sendo em rigor, o mais bonito equipamento que se exibia em Portugal.


Equipamento Stromp, em 1924

 

Contudo, tinham o grande defeito de se tornarem extremamente pesados e cansativos com a chuva; além disso, eram folgadas e permitiam que os adversários agarrassem com facilidade os jogadores leoninos.

As décadas seguintes, mas principalmente as de vinte e trinta consolidaram o Sporting como um dos grandes do desporto em Portugal, tanto no futebol como nas outras numerosas modalidades, onde se alicerçou o histórico ecletismo do Clube.

Foi precisamente uma dessas modalidades que viria a escrever história na próxima camisola do Sporting Clube de Portugal. Em finais de 1926, ao assistir a uma partida de râguebi em que intervinha o Racing de Paris, Salazar Carreira ficou impressionado com as camisolas usadas por esta equipa, trazendo uma para Lisboa e adaptando-a às cores do Clube.

Em 6 de Novembro de 1927, as camisolas listadas foram utilizadas pela equipa de futebol, pela primeira vez, num jogo particular contra o Casa Pia, que marcou o reatamento das relações com este clube, mas depois continuaram a usar-se as camisolas bipartidas.

Quando, em Julho de 1928, a equipa de futebol do Sporting se deslocou ao Brasil, e depois de ponderadas as condições climatéricas daquela país, foi decidido levar a camisola às riscas horizontais que Salazar Carreira escolhera para o râguebi leonino um ano antes, mais leves e justas ao corpo.

Foram assim de novo utilizadas pela equipa de futebol, no Rio de Janeiro, na tarde de 15 de Julho de 1928, contra o Fluminense. A mudança foi um êxito e o Sporting conquistou assim uma nova imagem: um toque de personalidade e diferença que o distingue dos demais clubes por esse mundo fora.

No regresso, a equipa do Sporting voltou a utilizar as tradicionais camisolas bipartidas. Porém, a 5 de Outubro de 1928, num jogo contra o Benfica, fosse pela chuva copiosa que as tornou pesadíssimas, ou por outra qualquer razão, ao intervalo os jogadores trocaram as camisolas habituais pelas listadas, assim se instaurando (em campos nacionais) aquele que ainda é hoje o equipamento principal do Clube.


As camisolas listadas, em 1935

 

Além do ‘Stromp’ até então usado pelo futebol, as outras modalidades utilizavam equipamentos que variavam entre o verde e o branco, com variantes a verde e preto e branco e preto. Gradualmente, os equipamentos das modalidades colectivas e de algumas individuais (atletismo e ciclismo, essencialmente) foram evoluindo para esta nova versão. As riscas verdes-e-brancas entram definitivamente na moda como imagem de vitória.

A partir de meados dos anos cinquenta, aparecem os primeiros equipamentos alternativos, camisola branca e calção preto ou camisola verde e calção branco. No fim da década de oitenta surgiu a publicidade nas camisolas (revelando a interligação crescente entre o futebol e outras actividades económicas), até que na época 1998/1999 foi lançado o primeiro equipamento sem as cores tradicionais do Clube, em antracite com uma faixa amarela fluorescente, que se transformou num enorme sucesso de vendas. A partir daí, todos os anos têm sido apresentados novos equipamentos alternativos.

Assim sendo, a alta competição, a criatividade estética, o espectáculo e a dinâmica comercial de grandes instituições como o Sporting Clube de Portugal determinam, época após época, diversas variantes umas mais próximas dos valores dos clubes, outras nem tanto. Desta forma, foram surgindo modelos mais ousados de equipamentos, com grande receptividade principalmente entre os Sportinguistas mais jovens.