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Os Cinco Violinos

Por Juvenal Carvalho
17 Set, 2020

O vírus travou o Troféu Cinco Violinos. Mas uma coisa é segura. Nenhuma pandemia nos fará deixar de idolatrar estes Heróis do nosso contentamento. Será uma história de amor eterno… sob o signo do Leão!

No passado domingo, e devido ao fenómeno da actualidade, a maldita COVID-19, que trouxe o alarme em forma de pandemia, e que tanto tem afectado a saúde pública e a economia à escala mundial, fomos surpreendidos pelo cancelamento do Troféu Cinco Violinos. Sim, a pandemia também infecta “Leões”, tendo sido decidido não realizar o jogo com o SSC Napoli.

Com a tristeza inerente à não realização de uma homenagem que tanto simbolismo tem para os Sportinguistas, decidi escrever estas linhas, e de os tentar homenagear eu, que como quase todos nós, apenas sabemos dos Cinco Violinos pela sua História, e com que História eles a pincelaram em tons de verde e branco.

Comecei por aprender rapidamente os seus nomes. Jesus Correia, Vasques, Travassos, Albano e Peyroteo. Depois, ainda longe dos tempos do Google e das redes sociais, procurei saber mais e mais. Não era fácil, então. Mas perguntando aos mais velhos, fui sabendo que no tempo deles, a única verdadeira ‘pandemia’ era aquela que arrasava os adversários das mais diversas formas. Não tenho o jeito que o ‘nosso’ saudoso António Silva teve no filme ‘Leão da Estrela’ para fazer o relato de um jogo deles, que culminou com um pontapé na mesa de jantar a celebrar mais um golo. Um dos muitos e muitos golos com que dizimavam os adversários.

Eram para os adversários um verdadeiro tormento. Muitos, se fossem vivos aos dias de hoje, ainda teriam insónias e pesadelos provocados por estes cinco ‘Leões indomáveis’.

Jesus Correia era a classe pura em forma de velocidade; Manuel Vasques, o ‘Malhoa’, o cerebral; José Travassos, o célebre Zé da Europa, o talento; Albano, o extremo repentista; e o goleador dos goleadores, Fernando Peyroteo, decididamente o ‘matador’

Na vasta história não nos orgulhamos apenas destes nossos Heróis. Ela continuou e eles infelizmente já não estão no mundo dos vivos. Só que a História, essa, não se apaga. E quem não tem memória não tem História. Os Cinco Violinos, na passagem terrena, pareceram até ‘extraterrestres’, tal a capacidade. Com três deles tive conhecimento e travei amizade… Falo de Vasques, com quem convivi na velha central de Alvalade, onde trabalhava, com Travassos em petiscadas com amigos comuns, e com Jesus Correia tive o privilégio de fundar o Núcleo do Sporting CP de Paço de Arcos, vila onde residi e de onde ele era natural. Tantas e tantas horas de conversa. Tantos ensinamentos. Quanto Sportinguismo deles bebi e respirei.

O vírus travou o Troféu Cinco Violinos. Mas uma coisa é segura. Nenhuma pandemia nos fará deixar de idolatrar estes Heróis do nosso contentamento. Será uma história de amor eterno… sob o signo do Leão!