Your browser is out-of-date!

Update your browser to view this website correctly. Update my browser now

×

"Vou recandidatar-me porque o Sporting precisa de estabilidade"

Por Jornal Sporting
27 Mar, 2016

Entrevista do Presidente Bruno de Carvalho ao jornal 'A Bola'

Bruno de Carvalho admite que não é uma pessoa talhada para fazer balanços, a propósito do aniversário dos três anos de mandato que cumpriu na passada semana, mas explica que “quando se abraça um projecto como a presidência do Sporting Clube de Portugal, com a ambição de recuperar um Clube que estava falido, competitivamente arredado das decisões e aparentemente condenado a pertencer ao passado, só há uma atitude possível: permanente inconformismo!”. “Não me envolvo em muitas lutas, não viro é a cara à luta”, argumenta antes de anunciar uma nova candidatura à liderança dos ‘leões’.

“Vou recandidatar-me porque o Sporting necessita de estabilidade. Basta ver o que se passa noutros clubes com os quais competimos para perceber que a estabilidade abriu o caminho para as conquistas desportivas. O FC Porto tem o mesmo presidente há quase 34 anos, o Benfica há 12. A estabilidade é fundamental, prescindir dela seria interromper o crescimento de um ciclo vitorioso que já se iniciou no Clube”, ressalva antes de elencar uma série de “duras batalhas” que foram sendo resolvidas: “Fundos, novas tecnologias, alterações na Liga, respeito conquistado nas instâncias do futebol nacional e internacional, recuperação da maior parte dos passes dos jogadores do nosso plantel, independência em relação à banca e recuperação económica do Clube, trabalho muito profundo e regular em termos de propostas e alterações com a APAF e o Sindicato de Jogadores, voltar a colocar o Sporting como candidato real à conquista de títulos em todas as suas modalidades, nomeadamente o futebol...”.

E onde espera ver o Clube daqui a dez anos? A resposta do Presidente ‘verde e branco’ sai pronta. “Devolvido à sua vocação natural: a glória! O trabalho que estamos a desenvolver frutificou, e muito, em três anos. Tivemos a ambição de recuperar um Clube moribundo, não para lhe dar uma morte digna mas para o devolver à vida! Muitos dos nossos objectivos vão dar resultados sólidos e consolidados no futuro: a expansão, os novos mercados, a apetência do mundo do futebol pelo ‘know how’ da Academia que formou os dois melhores do Mundo. São tudo sinais muito auspiciosos em relação ao futuro que sabemos ter a responsabilidade de estarmos a construir. A nível nacional, em dez anos, teremos seguramente um Sporting ganhador de forma regular e consistente em todas as modalidades e nos títulos individuais. Este é o caminho para a conquista dos títulos europeus que tanto desejamos”, antevê, apesar dos jogos fora das quatro linhas que persistem: “O maior orgulho que é possível ter até agora é ter devolvido aos muitos milhões de Sportinguistas em Portugal e no Mundo o orgulho de serem do Sporting. Como? Entregando um Clube com saúde financeira, unido como nunca se viu, com equipas e atletas que transportam para todos os campos, pavilhões, piscinas e pistas a ambição que faz parte do ADN do Sporting e que, daqui a um ano, acolherá de novo no seu Pavilhão João Rocha as modalidades que fazem deste Clube a maior potência desportiva nacional. Ao nível do mundo do futebol, o meu maior orgulho é assistir às mudanças profundas em relação às quais levantei a minha voz e dei o meu contributo enquanto outros duvidavam e resistiam. Maior desilusão? Aperceber-me ‘in loco’, e é pior do que se possa imaginar, o quanto se joga fora das quatro linhas e o que isso pesa”.

Na extensa entrevista ao jornal ‘A Bola’, Bruno de Carvalho abordou também a relação com Jorge Jesus, defendendo que “ganhar ou não nada coloca em causa”. “Devolveu a alma à nossa equipa de futebol, a mística vencedora aos nossos atletas e a todos os que envolvem o futebol. Tem sido um factor determinante e diferenciador para atingir os objectivos a que nos propusemos e é o treinador que queremos para nos acompanhar neste processo de solidificação e crescimento que nos fará ser campeões de forma regular. Assumi claramente, desde o primeiro dia, independentemente do estado caótico do Clube, que o Sporting tinha de ser sempre um real candidato ao título. Na primeira época, ficámos em segundo lugar; na segunda, ficámos em terceiro e conquistámos uma Taça de Portugal; nesta terceira, já ganhámos uma Supertaça e estamos na luta nesta recta final. O objectivo é claro: iniciar um conjunto de títulos neste mandato, criando as condições necessárias para que essas conquistas deixem de ser esporádicas e passem a ser regulares”, frisa. “Se mudei a forma como os adeptos olham para o seu Presidente? Na verdade o que mudou foi a forma como os adeptos olham para o seu Clube e o facto de, agora, se reverem no seu Presidente. Reveem-se no perfil, nos princípios, nos valores, nos objectivos, na defesa intransigente do Clube, na eficiência, na eficácia. Presidente-adepto? Ninguém deve alterar a sua personalidade e carácter pelo poder que advém das funções que desempenha. O ser real, genuíno, frontal e apaixonado é vital para o sucesso no desempenho das funções. Tenho muito orgulho em, como Presidente, ser o adepto número 1 e é esta postura e genuinidade que fez voltar o orgulho dos Sportinguistas. É bom verificar as primeiras palavras do presidente da FIFA, Gianni Infantino, pessoa com quem por várias vezes e durante largas horas falei do Sporting e das suas propostas para o futebol, terem sido ‘O futebol precisa de presidentes-adeptos’”, acrescenta.

Por fim, o Presidente ‘leonino’ abordou também a relação com vários organismos ligados ao futebol. “Não abro frentes de batalha mas sim frentes de batalha”, esclarece. “Na Liga, desde que chegámos que estamos em trabalho constante através das nossas propostas e dos grupos de trabalho de que fazemos parte. Com a Federação, temos feito um trabalho cada vez mais próximo e cooperante, sendo que já se prontificou para ser uma das federações que quer testar o vídeo-árbitro porque quer trazer transparência para todo o sector da arbitragem. Com a APAF, desde o primeiro dia que temos trabalhado em conjunto que se congratulou e apoiou as propostas do Sporting em relação à arbitragem. Com o Sindicato também. Fui o primeiro dirigente que, nos últimos anos, apresentou de forma concreta propostas para dignificar a classe dos árbitros. É inegável que existem equipas que são mais prejudicadas com erros grosseiros. Infelizmente nos últimos anos, e isso é factual, a nossa equipa, entre os grandes, tem sido a mais prejudicada. É fundamental alertar para isto para que aconteça o que neste momento está a acontecer: vai ser mudada de forma radical a política inerente à arbitragem e o vídeo-árbitro vai iniciar os seus testes no terreno. Ser crítico é uma forma de contribuir para alterar. Temos sido frontais e directos com factos nas críticas, mas temos o orgulho de, com as mesmas, estarmos a ajudar para as alterações a que me referi, que vão contribuir para uma melhoria tremenda na arbitragem e, consequentemente, na sua dignificação e credibilização”, conclui.

A entrevista pode ser lida na íntegra aqui

entrevista_jornal_a_bola.pdf