Sporting CP defronta FC Famalicão este domingo na meia-final da Supertaça

A decisão da Supertaça feminina de futebol joga-se novamente a quatro equipas, com o Sporting Clube de Portugal a jogar a meia-final em casa do FC Famalicão este domingo, 3 de Setembro, pelas 15h00.

Para estar no máximo no jogo do Minho é essencial uma boa pré-época, cenário confirmado nas palavras da treinadora Mariana Cabral à comunicação social antes da deslocação ao terreno da equipa que conquistou a Taça de Portugal na temporada passada. “Sensações muito boas depois da pré-época, com uma boa ligação entre toda a gente. Acho que isso foi o principal, conseguir ter uma equipa, obviamente com gente nova, que vem de fora, com um período de adaptação, gente que sobe também da nossa formação, jovens e juntar estas jogadoras e depois com as que estiveram no Mundial e chegaram mais tarde e que nos orgulharam muito. Foi tempo de juntar toda a gente nestas duas últimas semanas. Boas sensações, energia para começar e vontade de começar a época, essencialmente isso. A pré-época já vai um bocadinho longa porque a época começa um pouco mais tarde, devido ao Mundial. Estamos com vontade de começar, de rolar a bola e ir para a frente”, expressou.

No domingo, joga-se a primeira partida oficial de 2023/2024, com o Sporting CP a deslocar-se a casa do FC Famalicão, um adversário ‘radiografado’ por Mariana Cabral, que começou por centrar as atenções na equipa que orienta. “Do Sporting CP podemos esperar muita vontade de jogar bem e de tentar ganhar. Isso, sempre, em todas as competições, seja contra que adversário for. Do FC Famalicão, vamos ver, porque o futebol feminino também tem esta particularidade de as pré-épocas serem menos públicas do que no futebol masculino e nós não tivemos acesso a jogos públicos do FC Famalicão. Tivemos algumas informações, como é natural, e vamos aguardar para ver. O que sabemos e temos a certeza absoluta é que o FC Famalicão se reforçou bem, tem jogadoras de qualidade, tem internacionais portuguesas, internacionais estrangeiras também, tem um treinador muito competente e será, com certeza, um adversário difícil de bater, mas à nossa altura e nós sabemos que temos capacidade para ir a Famalicão e ganhar. Esse é, claramente, o nosso objectivo”, apontou.

Mariana Cabral explicou que a presença de jogadoras do Sporting CP no Mundial teve efeito na preparação da época de duas maneiras bem diferentes: “Impacta de forma positiva, porque é um orgulho termos muitas jogadoras no Mundial, tanto portuguesas, como de outros países. É também positiva a experiência que elas trazem de lá. Em termos negativos, estivemos muito tempo sem elas, tiveram depois alguns dias de férias, tiveram menos tempo de preparação com a equipa em termos de entrosamento, mas faz parte e é bom, porque representaram os países, têm qualidade e são um orgulho para nós. Estão com disponibilidade e energia para começarem a época e estarem com a equipa”.

Mariana Cabral considerou que a equipa do Sporting CP está “muito preparada” para a nova temporada, complementando: “As jogadoras novas vieram trazer outro tipo de armas em vários sectores. O Sporting CP está com muita vontade de ser melhor, os testes que tivemos [na pré-época] foram óptimos na intensidade, na qualidade de jogo, nos adversários que tivemos. Toda a experiência foi excepcional e é para esse nível, sempre para cima, que temos de ir cada vez mais e não ficar no mesmo sítio porque um clube como o Sporting CP tem de querer sempre mais”.

Mariana Cabral não se escusou a comentar o caso do beijo de Luis Rubiales, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, à jogadora Jenni Hermoso antes da entrega do troféu de Campeã do Mundo à Espanha. “Acho lamentável, foi extremamente inapropriado o que aconteceu. Uma pessoa com o cargo que tem nunca poderia ter um gesto daqueles. Acho que faz parte da sociedade em que vivemos, que é muito machista. Imaginemos as coisas que acontecem nos bastidores e que ninguém pode provar, também em Portugal. Por um lado, é uma pena, mas por outro lado acaba por ser um momento que chama a atenção por poder ter alguém, neste caso as jogadoras da selecção espanhola, que dizem que não, não está certo. O futebol precisa de mudar a perspectiva que tem sobre as mulheres e sobre as mulheres no futebol. A mulher no desporto ajuda a que a sociedade cresça e que se olhe para a mulher na sociedade de outra forma, de uma forma mais igualitária”, referiu.

Brenda Pérez, média do Sporting CP, fez também um balanço muito positivo da pré-época. “Estamos muito bem, a pré-época foi muito boa, frente a equipas de um patamar mais exigente do que o nosso. Sabíamos que ia ser muito difícil, mas que podíamos cometer erros, porque é nesta fase que ainda os podemos cometer e não os voltar a cometer durante a época”, referiu.

O jogadora espanhola perspectivou, de seguida, o jogo de domingo. “Sabemos que o FC Famalicão nos vai causar dificuldades porque é uma grande equipa. Temos muito respeito por elas, o treinador vai pôr muita intensidade, sabendo que elas não jogaram muitas vezes juntas, mas de certeza que o treinador delas vai pôr muita intensidade e esperamos um jogo assim”, anteviu.

Brenda Pérez considerou que ajudam a subir o nível para toda a época os jogos de preparação realizados frente a equipas espanholas, no caso o Real Deportivo de La Coruña, a Real Sociedad de Fútbol e o Athletic Club. “Precisávamos disso, de jogar contra equipas que nos provocassem erros. Ficámos com tudo o que treinámos e fizemos bem, porque foram jogos muito exigentes e conseguimos fazer muitas coisas boas, então esses erros estão corrigidos. Agora focamo-nos na Supertaça e em conseguir o título”, adiantou. 

Brenda Pérez considerou que a equipa do Sporting CP está “muito mais forte e mais competente”. “Somos muito ambiciosas e as que chegaram vão trazer coisas muito boas”, frisou em referência aos reforços, destacando a importância do estágio: “Uniu ainda mais o grupo e para que as novas jogadoras se sintam em casa, porque assim conseguiremos a nossa melhor versão e seremos muito melhores”.

Sobre o caso Luis Rubiales, Brenda Pérez não teve ‘panos quentes’. “Foi uma situação complicada. Por também ser espanhola, para mim foi bastante inapropriado e inaceitável o que aconteceu. Uma imagem vale mais do que mil palavras e acho que devemos ficar com isto: a Espanha ganhou o Mundial e deixar a justiça, se tiver de fazer o trabalho, que o faça. Essa é uma luta que já vem de muito antes”, expressou.