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A sorte dá muito trabalho

Por Jornal Sporting
02 Mar, 2017

Editorial do director interino do Jornal Sporting para a edição nº. 3613

A expressão é de uma das lendas do Sporting Clube de Portugal que mais títulos, nacionais e internacionais, proporcionou ao Clube. Mário Moniz Pereira tinha esse hábito de preparar tudo ao pormenor, meticuloso, perfeccionista e, simultaneamente, amante das artes, o que não é necessariamente contraditório ou incongruente.

Vem a expressão à memória no rescaldo de mais uma vitória da super equipa de futsal leonina. A conquista da Taça da Liga, em Gondomar, tornou-se especial por ter sido o centésimo título da secção, que abriu as portas em 1985 e que, nos últimos tempos, tem sido um exemplo dentro e fora de portas. Um trabalho de equipa que começa na capacidade organizativa de Miguel Albuquerque, passa pela capacidade técnica de Nuno Dias e da sua equipa, vertida na quadra pelos melhores praticantes da actualidade, terminando – por último, mas não menos importante – no papel que o Conselho Directivo desempenha ao proporcionar as condições para que todos os intervenientes possam chegar ao sucesso. À Glória.

A sorte dá muito trabalho e Nuno Dias que o diga. Na noite anterior à final da competição, frente ao Fundão, técnico e adjuntos estiveram até altas horas da madrugada a estudar o adversário, ao mais ínfimo pormenor. Foram as jogadas de 1x1; 5x4; estratégia ofensivas e defensivas nas suas diversas variantes; ataques pelas alas; rendimento do guarda-redes adversário; e bolas paradas, tópico que mereceu as maiores atenções. Puxando pela memória, o primeiro golo da final foi, precisamente, de bola parada, por Dieguinho a passe de Leo.

A mesma “sorte” que Nuno Cristóvão trabalha na estreante equipa de futebol feminino. Um projecto criado de raiz, sem dúvida com um lote recheado das melhores jogadoras portuguesas da actualidade, vindas de 18 clubes diferentes, a quem coube dar um rumo alinhado com as exigências do emblema que representam.

O que se viveu no passado sábado, dia 25 de Março e histórico para a modalidade, não é sorte. É trabalho. Com a equipa principal de futebol masculino a jogar no Estoril, o palco principal ficava disponível para as leoas poderem receber o adversário directo (Sp. Braga) na luta pelo título nacional. Poderia parecer loucura, mas o Clube acreditou e a equipa respondeu. Estiveram 9.263 espectadores em Alvalade, no que ficou registado como o recorde de assistências em Portugal. Mais: no momento da grande penalidade convertida por Solange Carvalhas, que decidiu o encontro e a liderança da Liga Allianz, (16h37), o share da TVI24 subiu aos 8,8, no que constituiu igualmente a maior audiência de sempre para a modalidade. Fernando Gomes, presente em Alvalade, no final do encontro congratulou-se com o espectáculo proporcionado nas bancadas e adiantou: “Desde que entrámos na presidência, definimos a aposta no desenvolvimento do futebol feminino e temos feito um investimento forte. Significa que a aposta da Federação está a ser conquistada”, incentivando outros clubes a fazer a mesma aposta. A pergunta que se impõe é simples: e se o Sporting não tivesse tomado a dianteira, em relação aos três grandes?

Sem qualquer ponta de sorte e fruto de muito trabalho, vira-se a página para as eleições. Esta é a última edição antes do acto eleitoral e, por isso, de reflexão para a família leonina. Ou de certezas, para quem já analisou o que havia a ponderar. Cada um dos Sócios em condições legais de exercer o seu direito poderá e deverá fazê-lo, independentemente da proximidade geográfica que terá de Alvalade. Podendo fazê-lo, não deixe de votar. Presencialmente ou por correspondência – carta terá de dar entrada no Clube até ao dia 3, às 20 horas. O apoio nas bancadas a todos os atletas é tão importante como ter voz nas escolhas dos órgãos sociais. Se não diz aos amigos para gritarem pelo Sporting por si, não deixe que o voto dos outros se sobreponha ao seu. Porque os votos, como as vozes, quando são muitos, “falam” mais alto. E no fim ganha o Sporting!

Boa leitura.