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Lanterna vermelha quer ofuscar verde dos leões

Por Jornal Sporting
10 Mar, 2017

O Tondela de Pepa é diferente do de Petit. Ainda que os resultados não tenham acompanhado as mexidas, a forma como a equipa joga é bem diferente

Numa grande reportagem do programa ‘Reportv’, difundida há alguns meses, ainda quando Pepa treinava o Moreirense, era possível ouvir-se o treinador que agora lidera o Tondela – próximo adversário do Sporting –, a dizer num treino: “só há uma bola, vamos valorizá-la”. A declaração, inserida numa palestra durante um treino, é reveladora daquilo que o jovem técnico pretende incutir nos seus jogadores, e que muito choca com a realidade da maioria das equipas ditas pequenas de Portugal. Normalmente habituadas a formar blocos baixos e a aproveitar as saídas rápidas, rejeitando assim a iniciativa da partida, sobretudo quando frente aos grandes, a prioridade não passa quase nunca por deter a posse de bola. Era nestes moldes que se organizava o Tondela de Petit, que acabou por sair pela falta de resultados, dando lugar a Pepa.

Daí em diante, a verdade é que os resultados pouco melhoraram (em oito partidas com o novo treinador, o Tondela perdeu por quatro vezes, empatou em três delas e derrotou somente o Chaves, conseguindo fazer três golos). Porém, a forma como a equipa tenta chegar aos indispensáveis pontos mudou e muito. Com uma atitude mais arrojada (linhas mais subidas e, sobretudo, maior vontade de ter a bola e explorar zonas do campo mais altas), o colectivo de Pepa tem apresentado até ao momento algumas dificuldades em controlar o espaço nas costas da sua linha defensiva, sendo esse um dos problemas que mais caro tem custado aos tondelenses.

Assim sendo, será importante que os jogadores mais avançados da equipa leonina mostrem a intenção de atacar a profundidade, nomeadamente Gelson Martins, o mais rápido dos leões, ou Daniel Podence e Joel Campbell, se forem utilizados por Jorge Jesus. Com bem melhor rendimento nos jogos em casa do que fora de portas (dos 16 pontos conseguidos, apenas quatro deles foram na condição de visitantes), o adversário que a equipa verde e branca vai defrontar no próximo sábado precisa de amealhar pontos de forma urgente, para sair do fundo da tabela: com a mesma pontuação do Nacional, o Tondela reparte o último lugar da Liga NOS, estando a quatro da linha de água.

Do lado da equipa de Alvalade, e depois do empate frente ao Vit. Guimarães em Alvalade, o conjunto do Sporting procurará regressar aos triunfos, repondo a série positiva que estava a ultrapassar até então. Com os jogadores a parecer acusar alguma falta de motivação derivada da distância para os lugares cimeiros e da segurança para os perseguidores, a atitude competitiva terá de ser elevada, visto que do lado contrário estará uma equipa a lutar pela continuidade no principal escalão do futebol português e que, à imagem do seu treinador, tentará roubar o esférico aos leões e jogar sempre que possível perto da baliza de Rui Patrício.

Com apenas 21 anos, o venezuelano (emprestado pelo Benfica) tem-se destacado na frente de ataque da equipa do Tondela, contabilizando já quatro golos no Campeonato Nacional e um na Taça de Portugal. Rápido e com qualidade técnica acima da média, será um dos principais focos de perigo dos tondelenses e uma arma com a qual os defesas leoninos terão de se preocupar.

O jovem treinador português (36 anos) distingue-se dos demais pela forte convicção num tipo de futebol positivo em que, independentemente da dimensão do seu clube, o modelo de jogo não deixa de valorizar a posse de bola e a pressão em zonas altas do campo. Depois de um grande trabalho feito na época passada, no Feirense, a estreia na Liga NOS, no Moreirense, não correu de feição.