Rúben Amorim: "Dedico a todos os Sportinguistas"
18 maio, 2024
Declarações depois da cerimónia de entrega do troféu da Liga Portugal
No final da festa e da cerimónia de entrega do troféu de Campeões Nacionais à equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal, no seguimento da vitória por 3-0 sobre o GD Chaves, Rúben Amorim marcou presença na conferência de imprensa.
Acompanhado pelos restantes membros da equipa técnica no Auditório Artur Agostinho, o treinador verde e branco começou por admitir que, no futuro, todos se vão lembrar desta equipa por ter “jogado muito bem, atingido um número de pontos muito grande, feito muitos golos sem sofrer assim tantos”, ainda que a final da Taça de Portugal, no próximo fim-de-semana, venha a ter impacto.
“Há 22 anos que o Sporting CP não faz a ‘dobradinha’ e isso vai ter um impacto muito grande na forma como vamos recordar esta equipa. Agora, esta equipa fica na história do Sporting CP. Tem alguns jogadores da formação e isso sente-se dentro do balneário”, explicou.
Sobre a ligação que tem com os Sportinguistas, o técnico admitiu que “os resultados ajudaram”, mas atribuiu mérito a outra figura do universo Leonino: “É justo dizer que o grande obreiro da mudança no Sporting CP é o presidente. Sinto-me mais uma peça aqui. Obviamente, sinto-me uma peça importante porque me fizeram sentir assim e seguraram-nos nos momentos mais difíceis. Acho que esse é o grande segredo para termos dado a volta, principalmente na época passada”.
Sobre os momentos decisivos do campeonato, Rúben Amorim escolheu vários: “Logo no primeiro jogo, com o FC Vizela, o golo do Paulinho foi um momento marcante. O jogo contra o SL Benfica… Não senti que já tivesse ganho, mas foi um passo em frente. Onde senti que seria muito difícil perdermos o campeonato foi contra o Vitória SC”.
Comparando com 2020, quando chegou ao Sporting CP, Rúben Amorim tem presenciado uma grande mudança, principalmente na forma como a equipa e os adeptos estão ligados.
“Quando chegámos aqui, nunca vi um ambiente como estava naquele estádio nem uns jogadores com tanta dificuldade em ir para o jogo. Os jogadores estavam nervosos de ir jogar a Alvalade. No ano passado, estávamos em quarto lugar, fomos eliminados [da Taça de Portugal] pelo Varzim SC, não tínhamos qualquer título e nunca senti os jogadores assim. Estavam confortáveis a jogar em casa e os adeptos provaram que não são só os resultados que contam. Temos um caminho e isso é uma grande vantagem, já provámos que conseguimos estar unidos nos bons e nos maus momentos”, afirmou, antes de revelar a quem dedica a conquista da Liga Portugal.
“Dedico ao resto dos treinadores, que não dão a cara muitas vezes e sem eles não seria possível, mas principalmente aos adeptos por terem conseguido lidar com uma época tão difícil, por terem acreditado muito logo desde início e por terem conseguido manter esta dinâmica até ao fim. Dedico a todos os Sportinguistas, aos meus colegas, mas principalmente aos adeptos”, reforçou.
Por fim, Rúben Amorim falou sobre Manuel Fernandes: “O trajecto não se faz apenas pelas vitórias, mas pela forma como se está no Clube, os anos em que estamos, o valor que o míster Manuel Fernandes tinha e nunca saiu do Sporting CP. Não são só os títulos que marcam a história de uma pessoa no Clube. Vamos ficar na história do Clube porque fizemos coisas importantes, mas para chegar ao patamar de Manuel Fernandes ou de outros não basta apenas ganhar títulos. É uma forma de estar, são muitos anos, passar por muitas coisas e abdicar de muito para estar aqui. Todos nós estamos muito longe daquilo que o Manuel Fernandes representa no Sporting CP. Ele já esteve várias vezes no treino, foi sempre alguém que nos apoiou e apoiou muito esta Direcção em momentos difíceis. Temos o maior respeito e carinho pelo míster Manuel Fernandes”.
Carlos Fernandes, treinador-adjunto, também foi desafiado a responder a uma pergunta, desta feita sobre os anos de sucesso ao lado de Rúben Amorim e dos restantes membros da equipa técnica.
“Queremos agradecer por tudo o que o Rúben tem feito por todos nós. É fácil perceber como é que o Rúben escolhe as pessoas com quem trabalha. O Tiago [Ferreira] recebeu-nos sempre de braços abertos e com o máximo de humildade mesmo tendo um historial importante no Clube. O Gonçalo [Álvaro] igual. 20 anos aqui e mostrou-nos tudo o que havia tudo para mostrar, sendo um apoio para todos nós. Quando o míster conheceu o míster [Jorge] Vital, percebe-se que não tem nada a ver comigo ou com o Adélio [Cândido]. Tanto se pode ter 1000 jogos de Primeira Liga como nenhum jogo de seniores. O Paulo [Barreira] tem experiência em grandes clubes e conhecimento científico que nos impressiona muitas vezes. É muito estudioso e passa a vida a querer saber mais. A experiência do Emanuel [Ferro], que fez muito para estar aqui, que passou por condições diferentes e consegue agora estar aqui como Campeão Nacional. O Adélio trouxe a bandeira angolana. É muito ligado às suas origens e uma história de inspiração para muita gente. São pessoas que o Rúben foi escolhendo com base naquilo que somos. O Rúben trabalha connosco com alegria e seriedade. Deixa-nos sermos nós próprios, deixa-nos ter uma opinião. Cabe-me a mim agradecer porque é muito, muito raro ver alguém dar tanto ênfase à sua equipa técnica como o Rúben faz connosco”, disse Carlos Fernandes aos jornalistas.