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Foto José Cruz

Um contra-relógio tão decisivo como a montanha

Por Jornal Sporting
17 Fev, 2017

Marque e Nocentini com o 'top-10' em mente, num percurso de 18km que penalizará os trepadores

A Volta ao Algarve coroa anualmente um ciclista completo. Bom na montanha e superior no contra-relógio, não é por acaso que Tony Martin, hoje na Katusha, já venceu por duas vezes. Geraint Thomas (Sky) bisou com os triunfos de 2015 e 2016 e o próprio Michal Kwiatkowski, agora na Sky, chamou a atenção do Mundo com a vitória de 2014.

Nas últimas seis épocas, o vencedor da 'Algarvia' finalizou o esforço individual nos três primeiros lugares. E o caminho a desbravar para o Sporting-Tavira é adaptar a prestação a dois líderes que juntos subiram ao estrelato nacional perante os melhores do Mundo. Rinaldo Nocentini, ciclista mais forte para os primeiros meses da temporada, entra no circuito de Sagres como sexto classificado.

Depois de brilhar na Fóia, a estratégia passa por gerir o esforço e limitar perdas, procurando guardar no 'bolso' o 'top-10'. Na algibeira, sim, porque no Alto do Malhão, a maior inclinação pode valer um resultado histórico ao italiano do Sporting-Tavira.

O espanhol Alejandro Marque, reforço às ambições verdes e brancas, segue na 15.ª posição da geral, naquela que é a sua 11.ª Volta ao Algarve. Com um percurso quase exclusivamente plano, o espanhol arranca para os 18km com a ambição de alargar o registo de 15 vezes nos 10 melhores de uma etapa de conta-relógio (conta com duas vitórias na Volta a Portugal) e de procurar subir na classificação geral.

Atendendo às características de ambos, não é descabido pensar que Marque pode conquistar os 43 segundos que o separam do companheiro e inverter as posições na classificação. Tanto que o objectivo leonino pode bem passar por consolidar dois ciclistas nos dez primeiros e, certamente, melhorar o nono lugar na classificação por equipas, procurando bater as demais formações lusas.

Martin (Quick-Step Floors) deverá ceder a liderança, com Roglic (Lotto Jumbo) e Kwiatkowski (Sky) à espreita pelo metro que lhes permitam conquistar segundos importantes. Nocentini não terá as características para evitar sequer que Luis León Sánchez (Astana) e Castroviejo (Movistar), a meros dois segundos de distância, lhe conquistem mais de um minuto de vantagem. O belga Benoot (Lotto Soudal) também pode surpreender, o que torna premente para Nocentini ganhar avanço perante os competidores directos pela montanha do Alto do Malhão e com maiores dificuldades no contra-relógio: Amaro Antunes (W52 FC Porto), Edgar Pinto (LA) e Spilak (Katusha), por exemplo. 

Marque tem objectivos diferentes: bater-se com os melhores pela etapa e conquistar um avanço possível para as dificuldades que sentirá na última tirada da 'Algarvia'. O quatro vezes campeão mundial da especialidade,Tony Martin, e o espanhol Castroviejo são os naturais favoritos à vitória. Nélson Oliveira (Movistar) pode intrometer-se no pódio, mas serão os grandes candidatos à geral a ter de assumir o esforço. Entre Kwiatkowski, Sánchez e Roglic estará a interrogação sobre o novo camisola amarela e, possivelmente, o favorito à vitória final.

A minimizar estragos ou a conquistar avanço, ao Sporting-Tavira pede-se competência e gestão de esforço. Ter dois ciclistas no 'top-10' não é miragem, mas a superação terá que honrar os desígnios de quem pretende alcançar a Glória.