Your browser is out-of-date!

Update your browser to view this website correctly. Update my browser now

×

Pioneiros desde o primeiro dia

Por Miguel Braga*
05 Nov, 2020

Júlio de Araújo fez isso e muito mais. Homem de grandes ideias e visão, fez de tudo para apetrechar a equipa de futebol com um grande treinador

Desde o início dos tempos que o Sporting Clube de Portugal prima por ser pioneiro no Desporto no nosso país. A nossa História, dos nossos atletas e dirigentes, é um mar de vontades que lutaram contra várias correntes, fazendo do Sporting CP aquilo que ele é, com os nossos valores e vontade de vencer. Nesta edição do Jornal Sporting recordamos um pouco da segunda década do século XX que foi repleta em acontecimentos que marcaram para sempre o Clube.

A começar pela criação do nosso Jornal – na altura “Boletim do Sporting” – que nasceu para ser o primeiro dos clubes portugueses, mas também fazer frente aos adeptos e seguidores do eterno rival e da pressão por si exercida sobre os árbitros e a uma certa discricionariedade da imprensa desportiva de então. Foi pela mão do presidente Júlio de Araújo (páginas 3 e 4) que se começou a escrever sobre a égide do Leão, num primeiro número com a sua “Razão de Ser”.

Foi também por esta altura que o Sporting quis deixar de ser apenas de Lisboa para se estender ao país, com a criação do movimento das filiais e delegações, multiplicando o seu número de associados em dez vezes, dando ao Clube outra força, outra vitalidade, outra raça. Mais uma vez, foi a visão e a resiliência de Júlio de Araújo que permitiu ao Clube este crescimento exponencial. 

Mas Júlio de Araújo fez isso e muito mais. Homem de grandes ideias e visão, fez de tudo para apetrechar a equipa de futebol com um grande treinador. E foi assim que o Sporting CP se sagrou pela primeira vez Campeão de Portugal, ganhando ainda dois Campeonatos de Lisboa. Desportista convicto, foi um ávido praticante de várias modalidades, contribuindo mais tarde para a hegemonia do Clube tanto no atletismo como na natação.

Tão importante foi o registo que fez para a História dos primeiros anos do Clube a pedido de Francisco Gavazzo. Mais tarde, já na década de 1960, voltou a contribuir para o nascimento do livro de Eduardo Azevedo, “História e Vida do Sporting Clube de Portugal”, sendo por isso responsável por grande parte da vida do Clube que nos chegou por esta via.

Miguel de Cervantes escreveu um dia que “a História é testemunha do passado, exemplo do presente, advertência do futuro”. Conhecer a História do Sporting CP ajuda-nos a preparar o caminho que temos e queremos percorrer. É tempo de unir esforços e de perceber que aquilo que nos une, o Sporting CP, tem de ser sempre superior às nossas diferenças. Em todas as modalidades o melhor remédio são as vitórias, mas também a atitude competitiva, o querer fazer mais e melhor, o continuar a lutar, se necessário, contra tudo e contra os demais. No próximo fim-de-semana voltamos a competir em várias frentes depois do recuo do Governo relativo às competições extrafutebol profissional.

Quem não recua sobre a proposta de divulgação do áudio do VAR é o Sporting CP. No universo do Desporto há vários exemplos que deveriam ser seguidos e contribuiriam para continuar o processo da credibilização da arbitragem em Portugal. A ler (nas páginas 28 e 29) a entrevista a Pedro Azevedo, antigo árbitro e actual comentador do programa Raio-X Sporting, da Sporting TV.

Por último, no passado mês de Outubro, o Clube disse adeus a duas figuras emblemáticas: Gomes Ribeiro, “um homem que nos vai fazer muita falta”, segundo as palavras de Aurélio Pereira; e Joaquim Miranda, paraquedista, ex-pugilista e antigo campeão nacional na categoria de pesos-pesados ao serviço do Sporting CP. Exemplos de esforço, devoção e dedicação que tanto contribuíram para a glória do nosso Clube. Às suas famílias e amigos, os nossos mais sinceros sentimentos.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal