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Não vale tudo para ganhar

Por Miguel Braga
21 Abr, 2022

Em campo ou na quadra, em terra ou na água, a ambição das equipas do Sporting Clube de Portugal é apenas uma: vencer. É um objectivo comum, transversal ao Clube, seja qual for a idade ou modalidade. É um sentimento que se renova semana após semana, mês após mês, ano após ano. E será sempre assim. Esta é uma das condições de ser Leão.

Neste final de Abril, entramos na fase das grandes decisões – não de todas, convém recordar, uma vez que esta época o Sporting CP já soma vários títulos individuais e colectivos −, onde os jogadores puxam dos seus galões, onde os técnicos exigem ver o trabalho de longos meses, onde os adeptos pedem às suas equipas as conquistas almejadas. No fim, sabemos, apenas um poderá vencer. E tal como em tantas outras coisas da vida, apesar do fim ser importante, é mais importante ainda o caminho e a forma como se chega até lá.

Daí que se percebam as palavras de Rúben Amorim e os seus destinatários, quando afirmou na conferência de imprensa antes da segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal, frente ao FC Porto: “há coisas que dão vontade de rir, como certas pessoas dizerem que não vale tudo para ganhar”. Somos e queremos ser um Clube de valores e com valores. E destes, ninguém abdicará.

Defendendo estes mesmos valores do Clube, a Fundação Sporting promoveu o já habitual almoço solidário de Páscoa, onde foram oferecidas refeições quentes a pessoas em situação de sem-abrigo. Numa altura em que nos chegam diariamente ecos da guerra na Ucrânia, devemos lembrar-nos que ao nosso lado há quem necessite de coisas tão simples como um almoço ou um jantar. A Fundação Sporting continuará a sua missão que deve ser de todos nós.

No último fim-de-semana, o Sporting CP e os seus Sócios e adeptos conseguiram fazer a homenagem que faltava a um dos melhores jogadores que já passou pelos relvados nacionais: Jérémy Mathieu, internacional francês, que se despediu da equipa em 2019/2020, pedindo a conquista do título de campeão, triunfo alcançado na época seguinte. Agora, foi a vez de um estádio cheio ovacionar o “nosso” n.º 22 e os seus 106 jogos de Leão ao peito: “o Clube deu-me a oportunidade de sair como eu queria ter saído. Tenho a sensação de ser parte desta família e que joguei no Sporting CP toda a minha carreira”. Merci, monsieur Mathieu.

Não existe uma bola de cristal que nos diga quando e se vamos ganhar. Apenas podemos controlar como queremos fazer esse caminho. Tal como nos disse o nosso Prémio Nobel da Literatura “o que as vitórias têm de mau é que não são definitivas; o que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas”.

Editorial da edição n.º 3868 do Jornal Sporting