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Foto César Santos

O paintball no Sporting: além dos tiros e das cores, os métodos e o trabalho invisível

Por Jornal Sporting
08 Jun, 2017

Actualmente a liderar o Campeonato Nacional, os leões abriram portas ao Jornal do Clube

Talvez devido às cores múltiplas e fluorescentes que funcionam como balas nesta modalidade inofensiva que simula uma frente de guerra, o paintball é por norma visto com uma ligeireza com que, no balneário da equipa do Sporting, ninguém se revê. A primeira lição a entender sobre esta modalidade é que há dois tipos de paintball: o recreativo, jogado entre amigos apenas por diversão e normalmente em recintos naturais como matas, e o de competição, entre equipas que treinam e se preparam para se apresentarem na melhor forma. Não é difícil entender o género em que se enquadra o colectivo verde e branco, liderado por António Mestre, simultaneamente treinador e jogador da equipa.

Com três treinos semanais no pavilhão localizado em Sassoeiros, que se encontra devidamente equipado e preparado para as vicissitudes da modalidade, os jogadores realizam ainda algum trabalho extra de ginásio e de preparação física, mas é dentro de portas que o trabalho mais importante é realizado. E desengane‐se quem acha o oposto: é tudo pensado ao pormenor. António Mestre, jovem técnico de somente 25 anos, explica melhor. “O paintball, além da componente física, porque jogamos a alta intensidade com uma máscara na cara, o que dificulta a respiração, também exige técnica e é muito táctico. É um jogo de equipa em que temos de saber defender, atacar, ser inteligentes e controlar o nosso cansaço. Há coisas que temos de incutir. Há jogadores que jogam por fora, outros por dentro, os pontas, etc., apesar de eles terem de ser completos e saberem ajustar‐se a qualquer posição. Num dia da semana trabalha‐se a equipa que joga de um lado, no outro o contrário, situações de um contra um, de técnica, de finalização...”, começou por clarificar, esclarecendo também como surgiu, num meio pouco desenvolvido, a metodologia utilizada.



“Já tenho mais de 10 anos disto e adquiri muito conhecimento. Investi muito da minha vida aqui. O paintball é uma modalidade radical que ainda não está muito desenvolvida. Não há uma escola, uma academia ou uma metodologia. Isso estou eu a tentar criar. Faço‐o a partir do meu background de várias modalidades em que es‐ tive, com atletas e treinadores com que trabalhei”, diz, referindo‐se ao passado no polo aquático, futebol, futsal e râguebi, que jogou enquanto jovem e cujos ensinamentos diz serem úteis para a sua actual função. “Peguei nessas experiências e adaptei à actividade em que estou, com a intensidade e as variantes que acho adequadas. Criei a minha própria metodologia, mas também entendo que, além de perceber de paintball, tenho de perceber de pessoas”, adiantou António que, até ao momento, tem visto os resultados – com os quais diz não ser obcecado – acompanharem o desenvolvimento da equipa.



Perante um modelo de treino e de jogo desenvolvido ‘dentro de casa,’ os jogadores serão sempre os que mais fundamento têm para avaliar o trabalho realizado. Alexandre Ferro, de 23 anos, não tem dúvidas: nota máxima para o míster. “Sempre quis jogar com o ‘Tony’ e com o Sven [colega de equipa]. Assim que comecei fui a uma prova onde eles estavam, e já aí eram umas máquinas. Sempre quis chegar ao nível deles e trabalhar com eles para aprender mais”, recorda, abordando o trabalho além dos momentos de jogo: “Não tinha noção da complexidade e das metodologias que estavam por trás da performace. É mais fácil trabalhar com alguém como o ‘Tony,’ que estuda tudo em casa e chega aqui e em cinco palavras nos ex‐ plica o que quer e deixa tudo pronto para colocar em prática. Sinto muita evolução em mim próprio. Todos os dias há algo a aprender”, concretizou o jovem proveniente do Algarve.

Uma entrevista que pode ler na íntegra na edição impressa do Jornal Sporting, esta quinta-feira nas bancas.