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Nova SU recebeu Bruno de Carvalho

Por Jornal Sporting
28 Abr, 2016

Presidente marcou presença numa conferência sobre 'O Futebol e o Dinheiro'

A semana do Desporto da Nova School of Business & Economics contou com um convidado muito especial que teve a capacidade de pintar de verde e branco o auditório de um dos polos da Universidade Nova de Lisboa. Bernardo Branco Gonçalves, presidente da Associação de Estudantes, assumiu o papel de moderador de uma conversa com temáticas fundamentais não só para o futebol nacional, mas também para o futebol internacional. A monopolização do futebol, a introdução das novas tecnologias, a questão dos direitos televisivos e o acréscimo brutal dos passes dos jogadores são exemplos de alguns dos assuntos chave da conferência académica.

“A faculdade é um meio que nos oferece ferramentas capazes de nos ajudar a exercitar a cérebro. Aquilo que eu retirei da minha formação académica foi uma série de conceitos básicos, mas é a experiência no terreno que nos pode diferenciar”, começou por esclarecer o Presidente do Sporting Clube de Portugal aquando questionado acerca das principais ‘skills’ que o percurso universitário lhe disponibilizou. “Não esperem que a faculdade vos dê tudo, no entanto, como é lógico, ter uma base destas representa começar a exercitar muito aquilo que é o raciocínio”, vincou, já depois de confidenciar à audiência o grande sonho que comprou numa das visitas a Alvalade pela mão do seu pai: “Pai, um dia serei Presidente deste Clube”. E conseguiu.

Bruno de Carvalho, depois de gerir várias empresas, chegou ao cargo ambicionado desde menino e foi aí que compreendeu as fortes diferenças entre comandar uma empresa e um clube de futebol. “Temos de compreender o que é um clube. Estamos a falar de algo que envolve muita emoção. As medidas de gestão têm de ser profissionalizadas, mas é obrigatório haver um carácter muito emocional para coordenar um clube”, sublinhou, antes de destacar a importância de não confundir “clientes” com “adeptos”. “O grande desafio foi fazer com que as pessoas se deixassem de sentir clientes para se voltarem a sentir parte do Clube. Eu acredito que a força desta instituição são os seus adeptos. Quando retiramos essa fatia, retiramos a parte capaz de gerar lucro. Nós só conseguimos trazer receitas para o Sporting Clube de Portugal se mantivermos as pessoas que são apaixonadas por ele”, frisou.

O futuro preocupa o líder dos ‘leões’, isto porque a possibilidade do futebol passar a ser monopolizado pelas cinco principais ligas da Europa, das quais a liga portuguesa não faz parte, não é um cenário assim tão hipotético, tal como revelou: "Caso se estruture uma liga de elite, Portugal estará fora. Ouviram bem: fora. A Liga dos Campeões terminará porque os patrocínios tombavam para a liga de elite e a liga portuguesa deixaria mesmo de existir". A bolha económica que envolve o universo futebolístico vai esticando perante os valores astronómicos das transferências e a disparidade gritante de lucros gerados à volta dos direitos televisivos – o último classificado da Premier League factura cerca de 100 milhões de euros face aos 60 milhões do líder do campeonato português. O Presidente preocupa-se mas, felizmente, não é o único, pelo menos tendo em conta os centenas de jovens que preencheram o auditório.