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Foto César Santos

“É preciso que os Governos intervenham nos fundos de investimento”

Por Jornal Sporting
07 Nov, 2017

Bruno de Carvalho marcou presença na Web Summit 2017, abordando temáticas como as formas de financiamento, as academias de formação e o lado mais obscuro do futebol

No pavilhão Sports Trade da Web Summit, Bruno de Carvalho respondeu em Lisboa ao moderador Rob Harris, revelando uma profunda preocupação com a questão dos fundos de investimento: “A Doyen não é uma instituição. Quando lutas contra algo que a FIFA também está contra e, mesmo assim, essa empresa ganha um processo, significa que o futebol tem um longo caminho a percorrer. Temos de continuar a seguir as nossas convicções. Não se estão a usar fundos de investimento, mas usam esses mesmos agentes para comprarem clubes. As Federações e as Ligas não têm poder para o impedir. É preciso que os governos intervenham. É preciso averiguar se os proprietários são donos de vários clubes numa mesma liga. Acho que os governos têm de dizer presente”.

Para o líder leonino, o futuro passará sempre por uma aposta na formação, reiterando a importância de negar as influências duvidosas no processo de gestão de um clube: “90% dos clubes europeus não têm as contas públicas. Nós temos. A regra é: primeiro, os clubes fazem um acordo com o outro clube, depois conversa com o jogador para a transferência. Nós fazemo-lo, talvez sejamos os únicos. Agora, o agente decide por ele, dizendo que, não ganhando dinheiro com o negócio, não o autoriza. Amo o Sporting Clube de Portugal, não um qualquer Clube em que possa ser transformado. As academias são para continuar. Quem não continuar, terá a bancarrota”.

Bruno de Carvalho explicou a evolução do emblema verde e branco, vincando a importância da ligação aos adeptos, até pela vertente financeira, e comprovada pela escolha do equipamento alternativo desta época da equipa de futebol: “Tínhamos quase todos os jogadores em fundos, tivemos de melhorar a academia, apostar numa voz forte,  uma vez que estávamos a sair do palco. Provámos que era possível fazer dinheiro no futebol. Reduzimos metade dos custos, conseguimos o segundo lugar e entrámos na Liga dos Campeões, quando há muitas épocas que não lá estávamos. É bom ver que, sendo os únicos com um mandato totalmente positivo em termos de resultados financeiros, somos uma marca global e financeiramente muito bem. No futuro, vai perder-se esta dimensão estratosférica do futebol. Os melhores elementos são os fãs e queremos honrar o Clube e a história, dando-lhes mais valor. O nosso segundo equipamento foi desenhado pelos adeptos e tem, em braille, os nossos valores. Sabemos da nossa responsabilidade social”.