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Foto Mário Vasa

Se algo pode correr mal... Murphy faz com que corra pior

Por Jornal Sporting
20 maio, 2018

Falta de eficácia e de ideias ditou derrota frente ao Desp. Aves (2-1). Montero não chegou para tanto 'azar'

Atirar à cara do azar a derrota na final da Taça de Portugal (2-1), frente ao Desp. Aves, seria, no mínimo, redutor. Ao contrário do que muitos possam pensar, a principal Lei de Murphy – “Se algo pode correr mal, vai correr (mesmo) mal” – viu a luz do dia após Edward A. Murphy, engenheiro aeroespacial norte-americano, falhar num teste que estava a comandar. E o teste falhou por culpa do próprio: havia instalado mal os sensores. Posto isto, é necessário desmistificar o azar do Sporting sem retirar mérito à bem trabalhada equipa de José Mota, que soube instalar-se no caos 'táctico-emocional' adversário.

Estaríamos aqui a descrever outros meandros caso Gelson Martins tivesse concretizado uma das duas claras oportunidades de golo criadas nos primeiros 14 minutos através da já cliché movimentação leonina. Com Bruno Fernandes a baixar e, nesta circunstância, Nildo ‘fixado’ no homem da bola, Gelson pôde explorar o dois contra Nélson Lenho, só que sem efeitos práticos no marcador. O azar chamou-se Quim, o jogador mais velho (42 anos) a disputar uma final no Jamor.

Na resposta, Murphy voltou a pairar no Estádio Nacional. O Aves soube ser rápido na transição e uma abertura na direita transformou-se num cruzamento milimétrico ao longo da área para a cabeça de Alexandre Guedes, ignorado por Ristovski. Azar? Não. Enganado pela intuição de acompanhar Nildo (no meio) e deixar solto o avançado contrário (ao segundo poste), o lateral-direito macedónio permitiu a finalização de Guedes (16’).

Jorge Jesus tentou solucionar o problema da previsibilidade na primeira zona de construção lançando Fredy Montero para o lugar de William Carvalho. Teoricamente, a opção pareceu acertada, porque o colombiano foi a jogo com a missão de se mostrar entre-linhas à frente da defesa do Desp. Aves. Contudo, baralhar as marcações avenses revelou-se sol de pouca dura, entretanto encoberto pela falta de frescura física e a cada vez mais lenta circulação. Que culpa tem o azar se os jogadores se apresentavam estáticos?

Aos 72 minutos, a falta de capacidade de reacção assolou Gelson, que perdeu o esférico em zona proibida, permitindo nova transição a Guedes. Coates teve pernas para acompanhá-lo, faltando-lhe discernimento mental para travá-lo. No um contra um, o central uruguaio deu o lado preferencial ao jovem destro formado no Sporting, herói depois de voltar a bater Rui Patrício. O azar de uns foi a festa de outros.

No meio da anarquia que se seguiu houve um remate de Bas Dost à trave – de baliza aberta – e um espectacular golo de Montero (85’). Os restantes minutos esgotaram-se ‘ao som’ de bolas enviadas sem nexo para a molhada que se juntou na grande área avense e dos cânticos que vinham do topo sul. Sempre que pensar que está a ser atingido pelas Leias de Murphy lembre-se que, na maioria dos casos, há uma explicação plausível.