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Balanço

Por Pedro Almeida Cabral
19 maio, 2022

Fechado o campeonato e arrumada a classificação, é tempo de balanço para o futebol do Sporting Clube de Portugal. Ficam dois títulos nacionais em quatro possíveis, a Supertaça e a Taça da Liga. Conseguimos alcançar os oitavos-de-final da Champions, onde só havíamos chegado por uma outra vez. No campeonato, um firme segundo lugar, com 85 pontos, igualando os pontos da época passada, em que fomos campeões. Ainda assim, nesta época Rúben Amorim conseguiu chegar às 27 vitórias no campeonato, igualando o melhor registo, da época 2015/2016. Aliás, segundo a página PlaymakerStats, foi a época de sempre com mais vitórias do Sporting CP: 39 em 53 jogos, com aproveitamento de 74%. Sinais de uma temporada bem preparada, jogada com elevado nível competitivo e bem próxima de conquistar os títulos nacionais que faltaram.

Como salientou Rúben Amorim, o segundo lugar sabe a pouco. Sobretudo ao recordar alguns episódios insólitos (mas não inéditos) deste campeonato, como os mal ajuizados lances no clássico jogado contra o FC Porto em Fevereiro, que acabaram por influenciar decisivamente o desfecho da prova. Mas também deve ver-se o segundo lugar em perspectiva. Como já escrevi aqui, a última vez que jogámos como campeões e terminámos o campeonato seguinte em segundo lugar foi em 1971, há mais de 50 anos. Quer isto dizer que depois de conquistado o campeonato, tendemos a jogar pior, ficando invariavelmente longe do bicampeonato que nos foge há décadas. Não foi o que sucedeu agora. O que denota uma inversão assinalável da forma como jogamos quando somos campeões e que pode ser decisiva para alcançarmos novas conquistas.

Falar de números e estatísticas não pode fazer esquecer as nossas figuras do campeonato. Podia falar do imperial Coates, do crescimento de Gonçalo Inácio, do imprevisível Porro, da revelação Ugarte, do prometedor Daniel Bragança, do impetuoso Nuno Santos, ou da certeza de Edwards. Mas creio que Sarabia merece linhas à parte. Chegou emprestado, jogou motivado e encantou tudo e todos. Não é habitual um emprestado deixar tantas saudades em Alvalade. Mas também não é habitual um jogador a prazo jogar de forma tão entusiasta e empenhada. Daí que tenha merecido a sentida homenagem no último jogo da equipa.

No fim da época, fica a sensação de termos jogado melhor que na anterior. Fomos sempre merecedores de ter envergado o símbolo de campeão, o que não é pouco. Virá uma nova época e uma nova oportunidade de escrevermos a História que interessa: a nossa História.