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Foto José Cruz

"Temos o privilégio de ter os melhores oradores que há a nível nacional"

Por Jornal Sporting
28 Abr, 2017

O Sporting organiza este sábado as IV Jornadas Internacionais de Medicina Desportiva do Clube

A explicação foi dada pelo Dr. Pedro Pessoa, especialista em ortopedia e traumatologia no Sporting, e pareceu bastante simples: se um jogador cuja contratação custou milhões se lesionar e ficar parado, durante esse período indisponível, ele significa um custo milionário ao seu clube. Nesse sentido, uma equipa médica que torne o período de paragem mais curto e/ou que trate de forma definitiva o problema do atleta, impossibilitando quaisquer recaídas e mais tempo de fora, vale… milhões. Não o disse directamente, talvez até por uma questão de modéstia, mas às vezes meias palavras bastam: “Costumo dizer que nós, os médicos, somos um mal necessário. Existimos para tentar solucionar os problemas. Por norma, os treinadores quando vêem os cirurgiões, dizem que é um prazer, mas que preferiam não nos ver muitas vezes. É evidente que assim é, mas tenho defendido que a existência de um departamento médico é importantíssimo”, afirmou Pedro Pessoa.

Tratando-se de elementos fulcrais na estrutura de uma equipa de futebol, dois dos principais médicos leoninos – o já apresentado Pedro Pessoa e também o director clínico do Clube, Frederico Varandas – avançaram pela quarta vez para a realização das agora IV Jornadas Internacionais de Medicina Desportiva, agendadas para este sábado . Os propósitos são mais ou menos os mesmos, mas os temas, assegura Frederico Varandas, vão ser diferentes. “Não queremos que haja repetições de temas. Há coisas que vamos falar até para nos pormos a pensar se vale a pena, se há validação científica”, disse, explicando com mais detalhe o que se passará neste fim-de-semana, no Auditório Artur Agostinho: “são reuniões científicas sobre medicina desportiva, com o privilégio de ter os melhores oradores que há a nível nacional, além de termos sempre convidados de fora. Acima de tudo, entre os vários objectivos que temos, o mais importante e o mais nobre é partilharmos os nossos conhecimentos com os mais novos, que querem lançar uma carreira na medicina desportiva. Para a qualidade do futebol, enquanto mais evoluída e consistente for a medicina desportiva, mais a modalidade será segura e terá maior qualidade”, adiantou o homem forte do gabinete médico verde e branco. 

De clubes de topo a amadores, de directores clínicos a massagistas

Se todos os jogadores têm lesões, desde aqueles que disputam a Liga dos Campeões aos que jogam nas mais diversas distritais de Portugal, então este evento é para todos aqueles que, de forma mais ou menos profissional, com mais ou menos meios, têm a função de prevenir e tratar de problemas físicos. É o que nos diz Pedro Pessoa. “O público não é limitado, é heterogéneo. Não se vai falar apenas de ortopedia nem de fisiatria, que são as áreas em que eu e o Frederico somos especialistas, mas de tudo um pouco, para que todos os clínicos gerais, ortopedistas, fisiatras ou massagistas possam usufruir desta experiência para exercer nos clubes. E esses podem ir dos profissionais aos das ligas secundárias, até aos distritais e aos amadores, que têm lesões como as dos outros. Desde essa base, temos umas jornadas muito multidisciplinares, em que falamos das lesões mais comuns, como as musculares, as de joelho e de tornozelo”, afirmou, sendo que todos os clubes da primeira e segunda liga foram convidados para estar presentes em Alvalade. “Vão ser abordados assuntos médicos, mas dirigidos para quem está à frente de uma equipa que tem de resolver problemas práticos. Convidámos todos os clubes da primeira e da segunda liga, por acharmos também importante estreitar as relações entre os departamentos clínicos que há, e vamos ter a presença de bastantes deles”, adicionou Frederico Varandas. 

Competência reconhecida além-fronteiras 

Como já é habitual, estas jornadas médicas vão contar com a presença de vários clubes europeus. Desta feita, o Anderlecht, o Bayern Leverkusen e um dos mais prestigiados cirurgiões ortopédicos alemães. Mas, tal como o tipo de futebol praticado dentro de campo, também a medicina desportiva é diferente de país para país? Frederico Varandas esclareceu: “Se há práticas diferentes? Há. Se são melhores? Não posso concordar. Aqui vou puxar um pouco a brasa à nossa sardinha – portuguesa, não propriamente do Sporting em particular. Um pouco como fazemos aqui, hoje em dia os médicos que se dedicam à medicina desportiva têm-se tornado profissionais dos clubes. Lá fora ainda não é assim. No estrangeiro, os médicos vão aos clubes, mas grande parte do tempo é ocupado a fazer outras coisas. Fomos dos primeiros a dar este passo do profissionalismo no futebol”, disse, exemplificando o seu ponto de forma curiosa: “Eu, por exemplo, não seria tão competente se actuasse numa equipa de basebol”, finalizou, dizendo que esta postura dos médicos e clubes portugueses é bastante respeitada fora de portas.