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Foto César Santos

A história de Dorian Keletela

Por Jornal Sporting
21 Set, 2017

Do Congo a Alvalade são mais de oito mil quilómetros de distância e para Dorian Keletela o caminho foi particularmente difícil. Aos 17 anos, questões políticas forçaram-no a sair sozinho do país onde cresceu e a pedir exílio. É atleta do Sporting CP

Diz um provérbio congolês que “as pegadas das pessoas que andaram juntas nunca se apagam”. Para Dorian Keletela, agora com 18 anos, talvez a frase não tenha especial significado dada a solidão do seu percurso nos últimos anos. Depois do falecimento dos pais – um infortúnio que não esteve relacionado com os conflitos no país centro‑­africano – o jovem passou a viver com a tia, uma política com ideais opostos aos do presidente em funções. Por isso, acabou por ser forçado a sair do país onde nasceu e cresceu. “A vida lá era um pouco difícil porque depois de os meus pais morrerem, passei a viver com a minha tia, que era política e que tinha problemas com o presidente. Fomos forçados a sair do país e a minha tia achou melhor pedir exílio. Aí, o comité português dos refugiados aceitou o pedido e acabei por passar mais de um ano em vários centros de refugiados, onde dividia o espaço e dormia com várias pessoas”, recorda, num português ainda bastante arranhado pelo francês que predomina no seu país de origem – Dorian disse‑­nos mais tarde, à medida que abanava a cabeça, que aprender português na escola está a ser muito difícil –, ele que no ano e meio em que se encontra em Portugal já viveu no centro de acolhimento para crianças refugiadas, na Bela Vista, no centro de acolhimento temporário para refugiados, no Lumiar e, agora, no centro de estágios do complexo desportivo do Jamor.

(Este é um excerto de uma reportagem de duas páginas publicada na edição n.º 3642 do Jornal Sporting, que esta quinta-feira saiu para as bancas).