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Às armas, Leões!

Por Jornal Sporting
12 Jan, 2017

Editorial do Director interino do Jornal Sporting da edição n.º 3606

É com enorme orgulho e profundo sentimento de gratidão ao Sporting – na figura do Presidente Bruno de Carvalho – que neste período até 4 de Março assumo as funções de Director interino do Jornal do Clube. Por mais vezes que possa ser lida e ouvida a expressão da cadeira de sonho, a verdade é que há momentos em que nos sentimos no lugar para o qual esperamos uma vida. A minha, de Sportinguista e de jornalista, não poderia encontrar melhor desfecho que dirigir o órgão que há 95 anos leva as notícias do universo verde e branco até à família que o vive intensamente com paixão. A responsabilidade de ser Director do mais antigo jornal desportivo é proporcional ao dever de dar aos leitores o mais fiel dos relatos da realidade do melhor Clube do Mundo. Garantir a cobertura a mais de meia centena de modalidades, que no ano civil de 2016 conquistaram 170 títulos, nacionais e internacionais, só no escalão sénior (!), é uma tarefa que ultrapassa os estádios de futebol.

Editorialmente, nada muda. O compromisso do Jornal Sporting é com a vida do Clube e essa ligação quase centenária não se altera conforme as direcções. O caminho é o mesmo desde 31 de Março de 1922.

No Sporting sempre se valorizou a história porque foi através dela que se foi construindo o que todos temos hoje. Um museu repleto de Glória alcançada pelo Esforço, Dedicação e Devoção, não apenas dos atletas que competiram de leão rampante ao peito, mas também dos que os aplaudiram e garantiram-lhes, ao estilo camoniano, que da lei da morte se fossem libertando. No Sporting não apagamos campeões da história. Honramo-los ao celebrá-los, lutando pelo reconhecimento dos feitos que alcançaram. Contra tudo e todos.

É de luta que se fala, família. O título deste editorial, evocando não apenas ‘A Portuguesa’ mas também a célebre ‘A Marselhesa’ – banida por Napoleão –, lembra que se deve pugnar pela defesa do nosso Clube. Como, aliás, o actual Presidente tem vindo a repetir. É preciso transformar a simples militância ou associativismo em voz activa.

Imbatível é o tema das arbitragens. Nunca é demais lembrar que o Sporting foi à Luz a dois pontos do 1.º lugar e com duas grandes penalidades não assinaladas, reconhecidas por toda a Imprensa, sai a cinco pontos da liderança. O árbitro, com influência no resultado, saiu avaliado pelo observador em 8,6 numa escala de zero a 10. O mesmo voltou a acontecer em Setúbal, quando fomos atirados para fora da Taça da Liga com um penálti inexistente aos 90+4’. A vergonha (ou falta dela) estende-se à Ledman LigaPro, pois os protagonistas são sempre os mesmos. Não apenas frente ao FC Porto B, mas mais recentemente frente ao Sp. Braga B, com um golo invalidado à equipa de João de Deus que, ainda em festejos, sofreu o contra-golpe num lance que nem mesmo visto dá para acreditar na validação pelo ridículo.

Para muitos, pode ser só futebol. O português. No entanto, a realidade ultrapassa-o. Mexe com a gestão. Não apenas financeira. O Sporting está à porta de eleições e apesar de o Clube ser muito mais do que futebol, os resultados deste podem condicionar as escolhas de alguns Sportinguistas, sejam elas quais forem. Não devia, mas pode. Portanto, os sucessivos prejuízos nas arbitragens não afectam só a equipa, o seu treinador e os adeptos. Factores externos tentam criar desestabilização interna quando o descontrolo está do outro lado da barricada. Dúvidas? Um exemplo: o presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, Fontela Gomes, coloca a possibilidade de, com vista a minimizar os erros das arbitragens, proibir os treinadores de falarem sobre as mesmas. Não é piada.

 Por último, mas não menos importante, uma palavra a José Quintela, até aqui Director, que decidiu em consciência afastar-se do cargo durante o período eleitoral pelas funções que volta a desempenhar na recandidatura de Bruno de Carvalho. O maior agradecimento a fazer-lhe será desejar que conserve sempre o orgulho no trabalho que nestas páginas se desenvolve. Ao seu jeito...

Boa leitura!