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A (ir)relevância do atletismo

Por Jornal Sporting
23 Fev, 2017

Editorial do director interino do Jornal Sporting para a edição nº. 3612

Poucos portugueses desconhecem o que se passou na mítica madrugada de 12 de Agosto de 1984. Independentemente da idade, trata­‑se da primeira medalha de ouro olímpica que Portugal conquistou na mais importante prova desportiva à escala planetária. Carlos Lopes representou Portugal, mas a sua ligação ao Sporting ainda hoje, passados todos estes anos, continua tão viva como a chama do orgulho que inundou a nação inteira.

O atletismo é uma das modalidades mais mediáticas do Mundo. Não terá, porventura, a dimensão do futebol, mas são as suas disciplinas que ocupam o palco central de quaisquer Jogos Olímpicos, sendo a Maratona a sua prova rainha e, por isso, merecedora de encerramento do evento, até pela história que a própria corrida envolve.

Foi, por isso, no mínimo estranho constatar que nenhum dos canais de televisão generalista (RTP, SIC e TVI), no seu noticiário de domingo, habitualmente mais alargado, não tenha sequer noticiado o novo campeão nacional de atletismo em pista coberta, prova na qual o Sporting alcançou a dobradinha, feito que já fugia aos leões desde 2011. Foram 90 minutos de informação (SIC e TVI), com mais 60 (da RTP), nos quais não houve um pequeno espaço informativo para se dar conta de um título nacional alcançado por um Clube que se assume – e investe para que tal aconteça – como a maior potência da modalidade. Não apenas no país, mas também a nível internacional, recordando para isso o título europeu feminino de corta­‑mato conquistado no ano passado.

Nem sequer se pode considerar que o cartaz tenha sido pouco apelativo. Em prova estiveram um campeão olímpico e mundial e uma campeã europeia e, como se pode constatar nas páginas desta edição, foi uma verdadeira festa do desporto, com a família leonina a transformar o pavilhão de Pombal em celebrações condignas dos títulos que acabavam de conquistar.

Não está em causa a relevância do atletismo. Nem pode. A cobertura dos Jogos Olímpicos desmentem­‑no. Para os que poderão pensar que a comparação está mal enquadrada, é preciso olhar para o fenómeno às respectivas escalas: nacional e mundial.

A cobertura mediática, naturalmente, não retira um pingo de valor a quem se esforçou por ser o melhor na sua categoria, superando todos os outros que competem com o mesmo objectivo. A dignidade e honra das conquistas também é valorizada pelo esforço dos adversários, aumentando assim a competitividade e a emoção das provas. Para a história, e é isso que interessa aos Sportinguistas, fica mais uma prova em que os leões superaram a concorrência, sagrando­‑se os melhores do país, com o alento de poderem repetir o feito no estrangeiro, envergando com orgulho as quinas de campeão.

Hoje é dia de debate eleitoral. A Sporting TV vai acolher, pelas 21 horas, a troca de ideias entre Bruno de Carvalho (BC) e Pedro Madeira Rodrigues (PMR), os dois candidatos à Presidência do Clube. Uma prova de elevado espírito democrático que, no fundo, vai ao encontro daquilo que o actual Presidente leonino tem andado a sublinhar ao longo deste período, iniciado com a apresentação da candidatura de PMR: as questões internas são para ser discutidas dentro de casa, pelo que não faria qualquer sentido haver debate fora de portas. Os órgãos de comunicação do Sporting estão devidamente enquadrados com as exigências estatutárias e têm cumprido a equidistância que estas circunstâncias merecem. É, acima de tudo, importante que a família leonina se sinta devidamente esclarecida em relação às escolhas que terão de ser feitas neste acto eleitoral, sendo ainda mais importante o exercício do seu direito de voto, seja ele presencial ou por correspondência. Como em qualquer outro acto eleitoral, a participação é crucial para a afirmação do que cada um dos associados pretende para o Clube. Só é preciso expressá­‑lo nas urnas.

Boa leitura.