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Foto DR

O que os liga

Por Jornal Sporting
08 Mar, 2018

Editorial do Director do Jornal Sporting na edição n.º 3666

Num Estado democrático a opinião é livre e cada um pode exprimir-se a seu belo prazer. No entanto, não deveremos esquecer nunca que a nossa liberdade acaba quando começa a dos outros. Nem tudo pode ser permitido em nome do vil metal, nem tão pouco a favor de interesses obscuros. 

Octávio Ribeiro, num exercício de xenofobia e racismo primários, assinou um artigo de opinião no jornal Record com o título “Educar Gelson”, arrogando-se no direito de julgar e condenar, sumariamente, Gelson Martins na sequência do festejo do golo em que tirou a camisola, deixando à vista de todos uma mensagem de solidariedade para com o seu amigo Rúben Semedo, que atravessa um período difícil após ter sido detido pela justiça espanhola.

Assumindo-se como o grande educador, garante da moral e dos bons costumes, Octávio Ribeiro é director do Correio da Manhã, periódico que, sob a sua direcção, fez, por exemplo, na sua edição de 27/02/2014, uma manchete com uma foto de Carlos Mané equipado à Sporting, então nosso jogador, com o seguinte título: “Pai de Mané em fuga por tráfico de droga”. Este “grande” jornalista e “grande” director do CM ignora o nome do alegado traficante e sua fotografia, substituindo-as por Carlos Mané, um livre cidadão que em nada tinha a ver com a situação. Este tipo de prática diz tudo sobre o carácter, a ética e a deontologia deste personagem, pelo que, o que deve ser sugerido a Octávio Ribeiro é que altere o título do seu artigo para “Educar Octávio”.

Se há coisa que Gelson Martins demonstrou com o seu acto é que tem princípios e valores bem vincados, ou seja, no plano moral, a sua conduta é irrepreensível. O que não quer dizer que, no plano desportivo, o tenha sido. Gelson é um miúdo educado, com princípios e valores bem enraizados, pelo que só quem não o conhece ou por pura maldade, pode afirmar o contrário.

Embora o SOS Racismo e o Sindicato de Jogadores tenham denunciado esta situação, estranhamos o silêncio dos demais. Sobretudo os sempre atentos e diligentes no que toca a declarações do Presidente do Sporting que, sem tão pouco ouvirem na íntegra as suas afirmações e baseando-se apenas em extractos descontextualizados, não se inibem de exprimir as suas doutas e incriminatórias posições. Onde anda a ERC, o Sindicato dos Jornalistas e o CNID? 

Seguindo na mesma linha, assistimos uma vez mais a acontecimentos inenarráveis e censuráveis passados no jogo de futsal feminino entre o Benfica e o Sporting, na Luz, pelos mesmos que queriam, hipocritamente, homenagens conjuntas aos campeões europeus desta modalidade. Uma jogadora do Sporting carece de assistência urgente, e uma atleta do nosso rival, numa atitude que aqui louvamos, sendo médica, prestou-lhe auxilio de imediato. Esta fez o Juramento de Hipócrates, de que aqui deixamos uma passagem: “Não permitirei que considerações de religião, nacionalidade, raça, política ou condição social, se entreponham entre o meu dever e o meu doente. (…)”. Perante isto, o que fizeram adeptos afectos ao Benfica? Cantaram alto e bom som: “Deixa-a morrer que ela é lagarta…” a par de insultos à sua própria jogadora que cumpriu o seu dever de auxílio. Onde andam o Governo, a FPF, o IPDJ, a tão diligente comunicação social e os dirigentes do Benfica?

Como tudo se liga, na noite de segunda-feira passada, os cartilheiros de serviço deram mais uma demonstração do seu servilismo e terrorismo comunicacional, lançando mais uma atoarda para criar ruído e tentar desestabilizar o nosso Clube com mais mentiras. Prontamente desmentidos pelo Presidente Bruno de Carvalho, tentaram fazer crer que Jorge Jesus iria ser substituído, avançando inclusive o nome do suposto sucessor. Esta tentativa de criar fricções, um caso para ser alimentado até à exaustão nos media para desviar a atenção do essencial, encontrou o seu porquê na manhã seguinte. A manobra de diversão foi desmontada na última terça-feira, com a revelação da detenção do Director Jurídico da Benfica SAD, ou seja, criaram um caso (falso) para tentar ofuscar outro (verdadeiro).

A presunção da inocência deve ser garantida a todos os cidadãos, onde se inclui Paulo Gonçalves. Dito isto, as denúncias que têm sido feitas sobre vouchers, e-mails, sms’s, tráfico de influências e corrupção não são criação de factos. As autoridades judiciais e de investigação têm feito o seu trabalho, efectuando buscas, constituindo arguidos e fazendo detenções. Por mais terrorismo comunicacional que façam e por mais cortinas de fumo que lancem, a verdade factual é que estas buscas foram feitas no Estádio da Luz, em residências e escritórios de dirigentes do Benfica, e Paulo Gonçalves, Director Jurídico da Benfica SAD e braço direito de Luis Filipe Vieira, é que foi detido.

Pelo nosso lado continuaremos a lutar pela legalidade, transparência e verdade desportiva!

Boa leitura!