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Foto José Cruz

"A militância tem de começar pela compreensão do que se está a passar"

Por Jornal Sporting
13 Dez, 2017

Discurso de Bruno de Carvalho na 54.ª edição dos Prémios Stromp

Bruno de Carvalho começou a intervenção por agradecer o mandato de Carlos Estorninho à frente do Grupo Stromp: "Quero saudar o presidente do Grupo Stromp. É um fim de ciclo. Foram anos de amizade e respeito, sem qualquer espécie de intromissão. Algumas vezes em discordância, mas sempre tendo em conta os superiores interesses do Sporting CP. Quero agradecer estes anos de Esforço, Devoção e Dedicação. Cada ciclo tem de ter novas ideias, o meu desejo para estes dois anos são que o grupo assuma as responsabilidades e deveres num papel de militância activa no nosso grande amor". 

De seguida, o líder leonino voltou a apelar à união para a manutenção da rota de crescimento do emblema verde e branco, confirmando que a auditoria ao Clube pode ser feita mediante autorização do Conselho Fiscal: "Foi pela atitude e compromisso que voltámos a ver o grande Sporting. Os meus parabéns aos galardoados. Sei que não se esquecem daqueles que vos apoiam e ajudam. É Natal e um momento em que todos se juntam, no qual temos orgulho em ser uma família, mas nem todos estão presentes, ligando durante todo o ano para chatear. José Pedro Rodrigues difundiu uma campanha caluniosa contra mim; depois Pedro Paiva dos Santos, que aspirou a ser candidato, fez uma triste figura a pedir a Paulo Cristóvão uma auditoria ao meu mandato. Não passou de encenação para entregarem a correspondência a Pedro Guerra [comentador afecto ao Benfica]. Descobrimos os e-mail que o camarote leonino e passo a citar 'o grande espaço de crítica à actual Direcção' [Pedro Madeira Rodrigues], também enviaram para Pedro Guerra. É nestes momentos que as famílias se devem unir ainda mais, deixar de ter complexos em defender a nossa família dentro e fora de portas. Tem tudo que ver com campanhas de difamação e não com opiniões. Temos de cerrar fileiras e perceber se queremos continuar a rota de crescimento ou o retrocesso. Os grandes preocupados são os rivais e usam pobres de espírito dentro do Clube. Acusam-me de roubar o Sporting CP, de ter um esquema montado em empresas offshore e outros agentes desportivos. Isto não seria caso de polícia, resultantes de queixas. A resposta a Pedro Madeira Rodrigues será positiva e poder-se-á fazer a auditoria. Há muito que alimentam o ódio pelas mudanças operadas no Clube. Nada tenho a temer. Podem fazer as auditorias que quiserem desde que em consonância com o Conselho Fiscal. Se a vontade da maioria for a minha saída, acatarei de imediato".

De seguida, o Presidente focou o discurso no panorama actual do futebol português: "Temos responsabilidades de exigência. Sem isso, voltaremos aos tempos do Clube simpático, submisso, sem lutar para nada. É preciso deixar o estilo de lado. Temos visto pessoas com comportamentos e posturas irrepreensíveis, tantos que faliram empresas. Quem não entende as máfias, não percebe o porquê de dois títulos no futebol A em 35 anos. A militância tem de começar pela compreensão do que se está a passar para ultrapassar barreiras que se colocaram durante décadas numa defesa intransigente dos valores do Sporting, sempre sem hesitação. Usam exclusivamente a calúnia e a difamação para dividir e reinar, como conseguiram durante décadas. Está provado que nos bastidores do futebol, tudo vai passando impune. Vai alargando o âmbito da actuação, pois sentem-se acima da lei. Tenho exigido nestes cincos anos para que actuem em conformidade. Não actuam nem querem que o Governo actue. Tornam-se forças de bloqueio. Tudo o que se tem visto mostra o estado do futebol português. Espero que, uma vez por todas, percebam o porquê de ter dito que me envergonhava pertencer ao futebol português.  É o momento de que as autoridades percebam que o futebol não pode ser um subsistema da lei. Não podemos pactuar com técnicas mafiosas e com ameaças sistemáticas ou à escalada da violência. Exigimos uma intervenção de direito. Isto leva-me ao tema natalício. Se não formos militantes activos, não atingiremos os nossos grandes pilares: credibilização do futebol português, mobilização e verdade desportiva. Está na hora de mostrarmos que não aceitamos viver nas trevas do futebol português. Exigimos que sejam afastados do desporto, da Federação, da comunicação social. Deixo um desejo adicional, que todos percebam como podem contribuir para chegar aos objectivos, sabendo que só juntos conseguiremos".